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Ciência & Saúde

Estudo revela: Humanos detectam odores mais rápido do que se pensava!

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O nariz humano é um dos órgãos de sentido mais importantes do corpo. Isso porque, a partir de um único cheiro, uma pessoa é capaz de desenhar um novo mundo, sem necessariamente enxergá-lo. Agora, cientistas descobriram que essa habilidade de captar odores acontece de maneira muito mais rápida do que originalmente imaginado. 

Mas, antes de entrarmos em detalhes sobre a pesquisa, vale uma breve explicação sobre como os humanos sentem cheiros.  

O processo do olfato começa na fonte do cheiro, quando uma substância química se vaporiza, dispersando suas moléculas no ar. Ao respirarmos, essas moléculas entram em nossas narinas. Nas cavidades nasais, dentro do epitélio olfatório, existem células olfativas que possuem receptores especializados, sensíveis a diferentes grupos de moléculas: os cílios. Quando uma molécula de cheiro se liga a um receptor, isso desencadeia uma resposta elétrica.

Essa resposta é então transmitida para o bulbo olfativo, uma estrutura na base do cérebro, que processa as informações recebidas e as envia para outras áreas do cérebro, incluindo o córtex olfativo. É nesse ponto que o cérebro interpreta os sinais e permite a identificação do cheiro, associando-o a memórias e emoções. Com a informação processada, somos capazes de distinguir e identificar diferentes odores, mesmo em misturas complexas. 

O novo estudo publicado na revista Nature Human Behaviour desafia a visão tradicional sobre a capacidade olfativa dos humanos, sugerindo que a percepção de cheiros é muito mais rápida e sensível do que se acreditava. Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, liderados pela Dra. Wen Zhou, descobriram que o nariz é capaz de detectar mudanças rápidas de odores assim como os olhos percebem a alterações de cores.

A principal dificuldade em estudar o olfato humano reside na complexidade de apresentar diferentes substâncias olfativas em uma sequência temporal precisa. A autora explica ao jornal inglês The Guardian, que duas incógnitas deveriam ser levadas em consideração neste estudo: primeiro, que os cheiros têm seu próprio tempo de alcance ao nariz humano e segundo, que não necessariamente o momento das “fungadas” coincidiriam com esse tempo. 

Para superar esse desafio, os pesquisadores desenvolveram um aparelho que conecta dois frascos contendo odores distintos a um bocal por meio de tubos de diferentes comprimentos.

Esses tubos foram equipados com válvulas que se abrem com o ato de cheirar. E essa configuração permite que os odores cheguem ao nariz em momentos ligeiramente diferentes, com uma precisão de 18 milissegundos (ms).

A equipe conduziu uma série de experimentos com 229 participantes. Em um dos testes, um odor semelhante ao cheiro de maçã e outro floral foram apresentados, chegando ao nariz cerca de 120 a 180 ms antes do outro. Os participantes tiveram que cheirar o aparelho duas vezes e relatar se a ordem dos odores foi mantida ou invertida, ou seja, se sentiam primeiro a maçã ou a flor. Os resultados mostraram que os participantes acertaram em 597 de 952 tentativas, totalizando 63% de acertos.

Além disso, testes adicionais com 70 novos participantes, usando cheiros de limão e cebola, corroboraram esses resultados. Os pesquisadores descobriram que mesmo com uma diferença de 40 a 80 ms entre os odores, os participantes ainda eram capazes de discernir a mudança, um intervalo 10 vezes mais curto do que se acreditava necessário. Ou seja, mesmo com um intervalo de tempo minúsculo, os pesquisados ainda conseguiam identificar a diferença de cheiros. 

Entretanto, enquanto os participantes conseguiam perceber que a ordem dos odores havia mudado, identificar qual odor chegou primeiro provou ser um desafio maior. 

A melhor performance nessa tarefa ocorreu com cheiros de limão e cebola, quando a diferença de tempo média foi de 167 ms. Nesse caso, os participantes tendiam a relatar que a mistura cheirava mais como o primeiro odor apresentado, sugerindo que a ordem dos cheiros influencia nossa percepção.

A Dra. Zhou conclui: “A discriminação entre um par de misturas temporais não depende do reconhecimento preciso da ordem dos componentes odorantes. Em vez disso, parece ser impulsionada por um mecanismo que opera em uma escala de tempo muito mais rápida do que a necessária para o reconhecimento serial dos componentes da mistura.”

Fonte: abril

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