O Partido Liberal (PL) organizou uma estratégia para tentar convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a não se envolver na campanha de Cristina Graeml (PMB) à Prefeitura de Curitiba, no Paraná. Ela disputa o segundo turno contra Eduardo Pimentel (PSD), que tem como vice o ex-deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL).
O senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do partido, foi designado para convencer Bolsonaro a não se tornar cabo eleitoral de Cristina Graeml. Segundo apuração da CNN Brasil, Bolsonaro estaria disposto a ir a Curitiba para declarar apoio à jornalista e gravar vídeos nesta fase final da campanha.
Fontes do partido afirmam que Marinho conseguiu dissuadir Bolsonaro de viajar a Curitiba. Um dos argumentos é a importância do governador Ratinho Júnior (PSD), aliado de longa data, que apoia Pimentel. Alega-se ainda que a candidatura de Pimentel não está diretamente ligada a Gilberto Kassab, presidente do PSD e alvo de críticas da direita.
Apesar disso, Bolsonaro demonstrou resistência em apoiar Pimentel e criticou o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), e a gestão do partido durante a pandemia. Em conversas privadas, o ex-presidente também mencionou que o PL não deveria se aliar ao PSD a partir de 2026.
Pimentel e Graeml estão tecnicamente empatados na corrida eleitoral, de acordo com a última pesquisa do Datafolha. Graeml chegou ao segundo turno impulsionada pelo apoio implícito de , que, na última semana de campanha, permitiu que ela usasse sua imagem e gravou um vídeo em que expressa “tremenda consideração” pela candidata.
Graeml começou a disputa em quinto lugar nas pesquisas, mas avançou para o segundo turno com 31,17% dos votos válidos, enquanto Pimentel obteve 33,51%. O apoio de Bolsonaro a Graeml faz parte de uma ação maior da direita contra o PSD e suas lideranças, o que inclui Ratinho Junior, Rafael Greca e Gilberto Kassab.
Cristina Graeml não recebeu nenhum valor do fundo eleitoral do seu partido, o PMB, no primeiro turno. Por causa de um erro formal na prestação de contas da legenda, a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou o bloqueio de R$ 3,4 milhões que iriam para a campanha das eleições municipais.
Mesmo com a correção do erro, não houve a liberação dos recursos. Yann Monteiro, da direção nacional do PMB, disse que não compreende por que o caso já não foi resolvido pela . “Até ficamos com dificuldade de compreender essa posição da ministra Cármen Lúcia, que defende a pauta das mulheres”, declarou Monteiro ao jornal Folha de S.Paulo.
Sem o fundo, Cristina Graeml arrecadou R$ 515 mil para sua campanha. O valor está bem abaixo dos R$ 12,4 milhões obtidos por Eduardo Pimentel, seu oponente do PSD no segundo turno. Sem tempo de rádio nem TV e praticamente sem participar de debates, Graeml conseguiu 31% dos votos no primeiro turno e ficou em segundo lugar nas urnas.
Fonte: revistaoeste