Conhecida por seu design atemporal e suas criações sustentáveis, Normando, marca desenvolvida por Emídio Contente e Marco Normando, estreia na 58ª edição do SPFW. A coleção, que retrata o movimento modernista e a produção de fibras, látex e tecidos ecológicos no Norte do Brasil, foi desfilada na quarta (16), no Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra), no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Nesta sua quinta coleção, denominada de Vândalos do Apocalipse, Normando faz alusões aos modernistas que, no início do século XX, viviam no Norte do país. Então, em associações como a Academia do Peixe Frito e Academia ao Ar Livre, escritores, jornalistas e pensadores locais como Abguar Bastos e Clóvis de Gusmão discutiam sobre obras, artes plásticas e autores expoentes da arte nacional. Em 1922, ocorreu no Sudeste a Semana da Arte Moderna, reunindo artistas e intelectuais como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade e Anita Malfatti.
Como foi o desfile da Normando no SPFW N58?
A marca, transcendendo elementos históricos, se destacou no maior evento de moda da América Latina por utilizar uma variedade de materiais de baixo impacto poluidor e aumentar a eficácia da proteção ao meio ambiente. Em uma dessas frentes, por exemplo, a grife elabora as fibras de juta, algodão e malva, de origem brasileira, cultivadas nos estados do Pará e de rondônia.
Fotos: Ze Takahashi e Marcelo Soubhia @agfotosite
As fibras, premiadas e asseguradas pelo Ibama e pelo Sebrae, se tornaram alternativas no segmento têxtil porque garantem a mesma qualidade e durabilidade comparadas a outros materiais, como jeans e denim. A inovação se dá pelo plantio sustentável, por não captar água de reservatórios ou lagos, pois o manejo aproveita as correntes de rios próximos. Além disso, dispensa o uso de agrotóxicos.
Marco Normando e Emídio Contente, diretores criativos da marca, expõem na coleção tecidos e aviamentos que remetem aos traços do movimento.
Dessa forma, esboçam a nacionalidade e trajetória plural brasileira em peças pensadas a partir de ripas de madeiras úmidas, estampas de pirarucu, camisas de algodão e cuias, utensílios importantes no dia-a-dia dos povos originários. Em algumas vestimentas, o destaque fica para a transcendência do pensamento modernista ao luxo, em vestidos cravejados de pedras Swarovski.
Moda brasileira no foco
“O propósito da Normando é valorizar a nossa herança cultural e ambiental, conectando o passado com o presente por meio de criações que respeitam o meio ambiente e exaltam o modernismo brasileiro. Queremos mostrar que é possível unir design, história e sustentabilidade de maneira autêntica e inovador”, afirmam Marco Normando e Emídio Contente, diretores criativos e designers da marca.
Fotos: Ze Takahashi e Marcelo Soubhia @agfotosite
Carol Ribeiro, modelo paraense que faz parte da história da grife, desfilou nas passarelas do SPFW, reforçando assim a conexão da Normando com as raízes brasileiras. Do mesmo modo, outro grande destaque do evento foi a volta de Maria Stella Splendore. Ela ficou famosa nos anos 60 e era musa do estilista Dener Pamplona, com quem foi casada. Sua presença traz um toque de nostalgia, relembrando uma era dourada da moda nacional.
Ainda mais, a Normando convidou Michelle Provence e novos talentos do Pará, como Petryck Moura, celebrando a diversidade e inovação que caracterizam a marca.
Fotos: Marcelo Soubhia e Gustavo Scatena @agfotosite
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Sobre a Normando
Normando é uma marca de moda com origem na Amazônia brasileira, dirigida pelos paraenses Marco Normando e Emídio Contente. A Normando oferece ao seu público peças de roupa com design atemporal, cosmopolita, inteligente e rico em influências do Norte do país.
As coleções são construídas como um guarda-roupa, com peças projetadas para o uso diário e feitas por meio de pesquisa profunda. Essa pesquisa abrange tanto a narrativa, com questões que mudam a cada coleção, quanto a produção, com a seleção de tecidos pela qualidade e pelo desenvolvimento sustentável.
Fonte: fashionbubbles
