A Polícia Rodoviária Federal (PRF) começou a desbloquear estradas que no decorrer dos últimos dias foram interditadas por caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação policial ocorre mesmo diante de resistência por parte de alguns manifestantes, que começaram a se organizar após o anúncio da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República — o resultado foi divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de domingo (30).
Às 13h30 desta terça-feira (1º), a PRF informou que já havia atuado para desarticular 330 manifestações lideradas por caminhoneiros em todo o país. De acordo com o boletim da corporação, apenas cinco estados não apresentam nenhuma ocorrência em rodovias no início da tarde de hoje: Amapá, Alagoas, Ceará, Paraíba e Sergipe. Santa Catarina lidera em número de protestos. Afinal, a informação oficial é de 37 bloqueios de estradas ainda ativos. Na sequência aparece o Pará, com 25 interdições.
Os desbloqueios por parte da PRF ganharam intensidade a partir de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais cedo, a Corte formou maioria para determinar a “imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido”. Além disso, o tribunal aplicou multa de R$ 100 mil por hora, em caráter pessoal, ao diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. O ministro Alexandre de Moraes falou em “omissão e inércia” por parte de Vasques.
PRF e PMs para desbloqueios
Relatos indicam que alguns caminhoneiros resistem à ação de desbloqueio. Em determinados estados, as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ocorrem em conjunto com a Polícia Militar (PM). Os trabalhos das forças de segurança ocorrem, inclusive, em locais onde o governador declarou apoio à candidatura de Bolsonaro. São os casos, por exemplo, de Minas Gerais e São Paulo.
“A eleição já acabou, temos que assegurar o direito de todos de ir e vir” — Romeu Zema
Governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) afirmou que o direito de ir e vir das pessoas não pode ser prejudicado. Além disso, o político mineiro demonstrou preocupação com a possibilidade de o abastecimento de alimentos ser prejudicado no estado. “A eleição já acabou, temos que assegurar o direito de todos de ir e vir e também que mercadorias cheguem onde precisam pra não haver desabastecimento”, afirmou em seu perfil no Twitter.
Solicitei às nossas Forças de Segurança para desobstruir qualquer via ou estrada interditada por manifestações.A eleição já acabou,temos que assegurar o direito de todos de ir e vir,e também que mercadorias cheguem onde precisam pra não haver desabastecimento.Vamos cumprir a lei.
— Zema 30 (@RomeuZema) November 1, 2022
Derrotado no primeiro turno na tentativa de se reeleger governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) foi outro a usar o Twitter para marcar posição contra o tipo de protesto que vem sendo realizado por caminhoneiros. “Bloqueio de estradas é inadmissível. As pessoas têm o direito de ir e vir”, reclamou o tucano.
Bloqueio de estradas é inadmissível. As pessoas têm o direito de ir e vir. Em reunião com @MarioSarrubbo , @inesmscoimbra , @PMESP , no gabinete de crise, que desde ontem está agindo para liberar as estradas. As 9h30, daremos mais informações à imprensa.
— Rodrigo Garcia (@rodrigogarcia_) November 1, 2022
_________
Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Clique aqui e siga o Canal Rural no Google News.
Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Clique aqui e siga o Canal Rural no Google News.
Fonte: canalrural