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Brasileira recebe prêmio da ONU por solidariedade aos refugiados: Conheça a história inspiradora!

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Pela segunda vez na História, um cidadão brasileiro é agraciado com o Prêmio Nansen de 2024 do Acnur, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados. Desta vez, a premiação global foi para a irmã Rosita Milesi, de 79 anos. Natural de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, a religiosa recebeu a honraria que já foi entregue a líderes como a ex-chanceler alemã Angela Merkel, em 2022.

A ONU fez o anúncio da sua escolha na última quarta-feira, 9. Rosita é integrante das Irmãs Scalabrinianas desde 1964 e atua em Brasília há aproximadamente 40 anos em projetos de defesa de refugiados. Mas essa trajetória em prol dos estrangeiros em situação de vulnerabilidade começou em Roma, nos anos 1980.

Como funciona o trabalho pioneiro que deu à brasileira um prêmio da ONU

Em Brasília, irmã Rosita Milesi fundou o Instituto Migrações Direitos Humanos, que apoia refugiados de diversas nacionalidades no Brasil. Ela acompanha fluxos de refugiados da Síria, da Venezuela e do Afeganistão, além de imigrantes de Cuba, Haiti e Angola. Todos eles enfrentam dificuldades crônicas em seus países de origem.

Formada em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a religiosa enfrentou desafios para estudar, pois o ensino superior era reservado para irmãs mais velhas. O curso de Direito não era a primeira opção, mas ela persistiu.

“Acho que ali eu já tinha certa rebeldia, queria fazer faculdade”, disse ela ao jornal Folha de S.Paulo.

Iniciativas de acolhimento e integração

O instituto da irmã também gerencia a Casa Bom Samaritano, que acolhe venezuelanos em Brasília. O espaço oferece hospedagem, cursos de português e capacitação técnica. O instituto também apoia indígenas warao, da Venezuela.

“Temos muitos avanços em favor das pessoas refugiadas e migrantes em termos de documentação e regularização”, afirmou a irmã Rosita.

A católica vê o prêmio como reconhecimento ao trabalho das organizações e dos refugiados com quem trabalhou. “Sem eles, não teria chegado até aqui; com eles, amadureci, aprendi a ter mais paciência”, agradeceu.

A freira destaca que o prêmio representa não apenas uma honra pessoal, mas também um tributo à resiliência dos refugiados e ao apoio das instituições que colaboraram com sua missão. Ela aprendeu que “é preciso escutar, muitas vezes por muito tempo, até que alguém consiga expressar seu sofrimento”.

O Brasil abriga atualmente 143 mil refugiados, principalmente da Venezuela, além de 76 mil solicitantes de refúgio. Considerando outros migrantes que fugiram de crises humanitárias, o número gira em torno de 800 mil.

Antes da irmã, dom Paulo Evaristo Arns foi o único brasileiro a receber o prêmio, em 1985, ao representar a Cáritas Brasileira. A entidade promove ações de solidariedade, nacionais e internacionais, para o atendimento a comunidades afetadas por desastres socioambientais. 

Fonte: revistaoeste

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