A tão esperada carona de volta chegou. Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore, presos na Estação Espacial Internacional desde junho deste ano, receberam neste sábado (28) a nave que os trará de volta para casa ano que vem. Lançado pela Nasa e SpaceX, o foguete saiu de Cabo Canaveral, na Flórida.
Com uma tripulação reduzida, a cápsula Dragon decolou com dois, de seus quatro lugares, vazios, para resgatar a dupla que está presa no espaço desde que a primeira missão tripulada da empresa Boeing falhou.
A princípio, Williams e Wilmore só ficariam oito dias em órbita, mas a Starliner, nave que realizou a viagem, indicou problemas nos propulsores e um vazamento de hélio. Por isso, a NASA optou por realizar o retorno sem passageiros, e o foguete retornou, desocupado, no início deste mês à Terra.
Dragon, que levou dois novos astronautas ao espaço, Nick Hague, da NASA, e Alexander Gorbunov, da Agência Espacial Russa, deve ficar acoplada à estação até o final de fevereiro do ano que vem, quando está agendada para regressar.
Uma volta prévia a isso não é possível, pois, segundo a NASA, interromperia outras missões já programadas. Porém, a chegada dos novatos significa a volta de uma equipe de quatro outros astronautas que estavam na estação desde março deste ano, abaixando o número de hóspedes espaciais para o comum: sete pessoas. O quarteto deve voltar já no fim desta semana, em sua própria nave da SpaceX – o grupo teve que estender a estadia em um mês, por conta da confusão inicial.
“Só quero dar as boas-vindas aos nossos novos compadres”, disse Williams, a comandante da estação espacial, assim que Gorbunov e Hague flutuaram para dentro e foram recebidos pelos outros nove astronautas. Quando finalmente retornarem ao globo, os “náufragos” terão passado oito meses na base.
A empresa americana costuma fazer um rodízio das pessoas presentes na estação a cada seis meses e a SpaceX vem realizando o serviço de táxi desde que lançou sua primeira missão tripulada em 2020. A entrada na companhia Boeing, famosa por seus aviões, é recente, e Jim Free, um dos administradores da NASA, disse que estão longe de cancelar os trabalhos com ela.
Durante esse período no espaço, a equipe deve realizar mais de 200 experimentos científicos, que variam desde estudos sobre a coagulação sanguínea e a visão dos astronautas no espaço até a umidade das plantas cultivadas fora da Terra.
O que aconteceu?
Em julho, a Estação Espacial Internacional (ISS) registrou falhas em cinco dos 28 propulsores da cápsula, levando os astronautas a permanecerem mais tempo na estação para tentarem consertá-la. A NASA decidiu não utilizar a nave para o retorno, priorizando a segurança dos tripulantes.
Assim, a cápsula voltou quase três meses após o planejado e vazia, sem Williams e Butch, permanecem abrigados na ISS. Para o retorno, a espaçonave usou pulsos curtos de propulsor, minimizando o risco de superaquecimento, um problema que afetou o desempenho em junho. Apesar de vazamentos de hélio no sistema de propulsão, engenheiros da Boeing e da NASA afirmam que ainda existia hélio suficiente para o retorno seguro da nave.
Fonte: abril