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Setembro Amarelo: Mãe Cria Rede de Apoio Após Perder Ente Querido

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Setembro é o mês de valorização da vida e da saúde mental, com o reforço da campanha nacional “Setembro Amarelo”. E, neste 10º dia do mês, lembrado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a história de Guicela Matos, de 36 anos, passa pela dor do luto, mas ganha força com a união e o acolhimento de uma rede de apoio que ela ajudou a criar, após a dor de perder a filha.

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🎧 O assunto foi tema de reportagem da Morena FM. Ouça:

Há cinco anos, a promotora de ações e eventos vive sem a presença e o sorriso da filha, Beatriz, que perdeu a vida aos 14 anos.

Segundo Guicela, o luto por suicídio é invalidado pela sociedade devido ao julgamento.

“As pessoas julgam demais sem saber o que estava acontecendo. Tem muito essa questão do ‘se eu tivesse feito isso’, ‘se eu tivesse feito aquilo’, ‘por que eu não enxerguei’. São muitos julgamentos, preconceito e falas indevidas da sociedade”, relata.

Guicela transformou a dor em uma luta pela preservação da vida e criou o projeto “Mães que Acolhem com Amor”.

A iniciativa nasceu em agosto de 2022 e foi idealizada por três mulheres que perderam seus filhos. O projeto atende mães de todo o Brasil, e Guicela, Kelly e Thalita formaram uma rede de apoio que, por meio do amor e de informações especializadas, transforma vidas.

O projeto oferece às mães que estão passando pelo luto mais intenso o apoio de psicólogos, psicoterapeutas e terapeutas voluntários especializados em luto.

“Hoje, atuamos principalmente no Instagram e no WhatsApp. Temos vários grupos com as mães, e esses grupos são totalmente direcionados. Contamos com profissionais especializados em luto ou depressão, e compartilhamos muitos conteúdos desses especialistas”, explica Guicela.

Setembro Amarelo

A campanha de conscientização pela vida ganha força com a chegada do Setembro Amarelo. O dia 10 de setembro é lembrado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

O objetivo é chamar a atenção dos governos e da sociedade civil para a importância de falar sobre o assunto. A maioria dos casos está relacionada a transtornos mentais, como depressão ou ansiedade.

De acordo com a psicóloga Renata Monteiro, existem comportamentos característicos de pessoas com depressão ou ansiedade.

“Conseguimos identificar uma tristeza profunda, isolamento, mudanças bruscas de humor. A pessoa pode estar muito irritada e, de repente, apática. Podemos perceber perda de interesse em atividades que ela costumava gostar. Há também uma falta de esperança muito grande, e é comum ouvir frases como ‘não queria existir’, ‘não queria estar aqui’, ‘vocês vão sentir minha falta’”, observa Renata.

A psicóloga também destaca que há esperança no fim do túnel, e que existem formas de prevenir e ajudar uma pessoa.

“Diga para ela que ela é importante. Faça com que se sinta ouvida e respeitada, pois o que ela está passando é um processo muito difícil. O apoio e o não julgamento, especialmente da família, são fundamentais para que a pessoa busque tratamento e possa sair desses quadros depressivos e ansiosos que levam a ideias suicidas”, completa.

Ajuda

Em Campo Grande, o GAV (Grupo Amor à Vida), que existe há 23 anos, conta com cerca de 100 voluntários e oferece atendimentos gratuitos através do telefone 0800 750 5554, disponível das 7h às 23h.

Cinthia Moralles, diretora de comunicação do GAV, afirma que a instituição acredita fortemente no trabalho de conscientização para a prevenção do suicídio.

“Precisamos quebrar o estigma em torno desse tema, que muitas vezes é um tabu. É importante que as pessoas saibam que ninguém está bem o tempo todo, e que está tudo bem não estar bem. Pedir ajuda é essencial. A prevenção é fundamental para que as pessoas sejam acolhidas em sua dor, evitando que cheguem ao ponto de tirar a própria vida”, conclui Cinthia.

Fonte: primeirapagina

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