As Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram nesta terça-feira, 10, imagens de um túnel em Rafah onde seis reféns foram assassinados pelo grupo terrorista Hamas no final de agosto. O túnel foi descoberto desde o quarto de uma criança em Gaza. Estende-se por 20 metros abaixo do solo e se conecta a um túnel de 120 metros de comprimento.
“O Hamas é uma organização terrorista genocida, não diferente do ISIS”, declarou o governo israelense pelo Instagram, na postagem sobre o vídeo. “Aqui está o que você deve saber sobre eles.”
O porta-voz das FDI, contra-almirante Daniel Hagari, apresentou objetos encontrados no túnel, o que indica a permanência prolongada dos reféns, por pelo menos algumas semanas.
Entre os itens estavam garrafas de urina, um balde improvisado como latrina, produtos de higiene feminina e várias armas, incluindo carregadores de Kalashnikov e cartuchos de balas, conta o The Jerusalem Post.
O túnel é estreito, com tetos baixos. Não tem divisões, apenas uma porta de metal no final. “Este é um túnel de ‘passagem’, não um túnel com ‘salas’”, afirmou Hagari. “Ficar em pé é impossível e a umidade é extrema.”
Hagari, sem conseguir se manter erguido, acrescentou: “Aqui podemos ver o sangue deles no chão. Foi aqui que seus últimos momentos ocorreram: Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi, Carmel Gat, Ori Danino, Almog Sarusi e Alex Lobanov. Eles foram brutalmente assassinados aqui”.
As condições de sobrevivência no local eram extremamente difíceis, prosseguiu o porta-voz. “Eles foram heróis, se mantiveram aqui e foram friamente assassinados por terroristas que constroem túneis sob quartos de crianças e se escondem com reféns”, disse ele.
Os reféns foram mortos pelos terroristas do Hamas no dia 29, dois dias após o resgate do beduíno-israelense Qaid Farhan Alkadi em 27 de agosto, de um túnel que ficava a 700 metros do local. As FDI afirmaram não saberem a hora exata em que eles foram assassinados.
A morte dos reféns gerou grande controvérsia. Muitos políticos e oficiais de defesa acreditam que eles poderiam ter sido salvos em uma troca de reféns.
O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, de acordo com o Post, classificou as imagens do “Túnel dos Horrores” como “chocantes”. “Revela as condições horríveis suportadas por Carmel Gat, Hersh Goldberg-Polin, Alex Lobanov, Almog Sarusi, Ori Danino e Eden Yerushalmi por 11 meses”, relata trecho do comunicado.
“Eles foram confinados em túneis estreitos de 1,5 metro, profundamente subterrâneos, privados de ar e condições sanitárias, e submetidos a constante abuso mental e físico antes de sua execução brutal.”
Investigação e análise do DNA
As FDI também encontraram corpos de terroristas nas proximidades. Eles podem ter sido os responsáveis pela morte dos reféns. Esses terroristas tentavam escapar da área do túnel pela superfície. As forças israelenses analisam o DNA dos terroristas com o DNA encontrado no túnel. Vão relacioná-los com os dos reféns para determinar se há conexão.
Com base na quantidade de comida, colchões, instalações sanitárias e o estoque de armas nas proximidades, a conclusão é de que os reféns e seus captores estavam na área por mais de uma semana. Provavelmente por um período bem maior.
haviam invadido um dos maiores túneis onde reféns estavam mantidos em gaiolas em Khan Yunis. Posteriormente, eles foram transferidos para outras localidades, em Khan Yunis ou em Rafah.
Para encontrar os corpos dos seis reféns, os agentes utilizaram um buldôzer blindado D-9 para romper uma estrutura. Em seguida, uma combinação de martelos e perfuradores potentes ajudou a atravessar os materiais que o Hamas havia colocado sobre os corpos para dificultar a descoberta.
Tal incidente tem servido como uma lição para as próximas ações israelenses, de acordo com as FDI. O objetivo agora é, com tal aprendizado, evitar que atividades operacionais possam colocar reféns em perigo, a fim de minimizar tais riscos no futuro. Sem deixar de manter a pressão militar sobre o Hamas.
Fonte: revistaoeste