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Tesouro Viking na Escócia: Origens surpreendentes no Irã

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O tesouro Galloway é uma coleção de objetos vikings enterrados na Escócia há mais de mil anos atrás. São mais de cem peças do século 10, pesando mais de cinco quilos, que só foram descobertas em 2014, por um entusiasta da detecção de metal. Um vaso de prata chamou atenção dos arqueólogos, e agora eles descobriram que o recipiente tem origem asiática, viajando bastante até chegar ao seu destino britânico.

Esse vaso foi encontrado enrolado em tecidos antigos, que sobreviveram ao tempo e continuaram protegendo o objeto. Para não danificar o achado, a superfície foi examinada com imagens de raio-x. Com o tempo, os estudiosos foram removendo os tecidos e fizeram uma limpeza a laser do vaso, que estava mais verde do que prata por causa da corrosão do metal.

Depois que foi removida a ferrugem da superfície do vaso, deu para enxergar desenhos de coroas, altares de fogo e criaturas parecidas com leopardos e tigres. Essas imagens e símbolos ajudam a estabelecer uma ligação com o zoroastrismo, religião monoteísta que surgiu na Pérsia (hoje Irã) lá século 5 a.C.

O zoroastrismo era seguido pelo império Sassânida, a última potência persa antes das conquistas islâmicas na região. Ele foi conquistado em 651 d.C. pelo Califado Ortodoxo, um império muçulmano que começou após a morte do profeta , em 632, e durou até 661.

De quem era o vaso

Além das ligações artísticas e simbólicas, que levaram os arqueólogos a desconfiar de uma origem asiática, uma análise química do vaso também revelou que a prata da qual ele foi feito veio de uma mina no território do Irã moderno. A análise dos isótopos de chumbo presentes no artefato possibilitou dizer com precisão onde ele foi feito.

Agora, mais de mil anos depois dele ser enterrado em solo escocês, o vaso vai ser exposto no Museu Britânico, em Londres, como empréstimo do Museu Nacional da Escócia. O objeto tem 14 centímetros de altura, e armazenava uma jarra menor de cristal de rocha. 

O altar de fogo, que aparece no vaso, é um símbolo comum nas obras do império Sassânida, aparecendo na cunhagem de moedas, por exemplo, como uma importante figura religiosa. Além dele, também há a imagem de uma coroa flamejante, o que pode significar que o vaso foi feito para alguém da realeza.

Uma das hipóteses dos estudiosos é que esse vaso era uma relíquia de família, armazenando as memórias e herança de uma família rica, com alto status na sociedade sassânida.

Fonte: abril

Sobre o autor

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo