Um empreendedor à frente de uma startup indiana causou uma verdadeiro revolução no país: ele já substituiu 6 milhões de sacolas de plástico por sacolas biodegradáveis feitas a partir de resíduos de milho.
Durante a pandemia, Mohammed Azhar Mohiuddin, de Hyderabad, viu os amigos investirem na produção de conteúdo online. Ele, por sua vez, começou a estudar os problemas do mundo e queria resolver pelo menos um deles.
Com apenas 22 anos, Mohammed decidiu que iria desenvolver algo que pudesse acabar com a produção excessiva de plástico. O rapaz estudou sobre um polímero biodegradável e em pouco tempo criou a Bio Reform. Hoje, ele produz quase 500 mil sacolas por ano e tem uma receita bruta de US$ 180 mil (aproximadamente R$ 1 milhão).
Espírito empreendedor
O espírito empreendedor está no sangue do jovem e ele resolveu usar isso para diminuir a poluição plástica.
“Uma das principais razões por trás do uso extensivo de sacolas plásticas são suas propriedades. Elas são resistentes à água, térmicas, duráveis, leves e têm boa resistência à tração. Eu queria encontrar uma solução que pudesse espelhar as propriedades do plástico, sendo ecologicamente correta e mais barata do que alternativas de papel, tecido e juta”, contou ao The Better India.
Mohammed estudou sobre PABT (Polibutileno adipato-co-tereftalato), derivado de fontes vegetais. A pesquisa formou a base do empreendimento que ele abriu mais tarde.
Superou desafios
O próximo passo era encontrar o maquinário certo para processar as matérias-primas em sacolas.
Essa foi a parte mais desafiadora e ele precisou superar um golpe que levou.
“A pessoa de contato [que vendeu as máquinas] não estava atendendo nossas ligações e sua localização prometida acabou sendo uma terra árida. Foi muito traumatizante para nós. De alguma forma, eu tinha convencido meus pais e agora não queria voltar para casa de mãos vazias”, contou.
Mas ele não voltou para casa sem nada. No mesmo dia conseguiu um novo vendedor e comprou as máquinas que precisa.
Quando iniciou o negócio, as coisas não saíram como ele queria. Depois de um ano dividindo a rotina como engenheiro e empresário, ele foi à falência.
6 milhões de sacolas
Mesmo assim ele seguiu tentando e conseguiu apoio de um investidor.
A coragem e esforço deram resultado e em 2022 o negócio decolou!
Hoje a empresa fabrica sacolas para resíduos biomédicos, sacos de lixo, bolsas para alimentos e sacolas para livros.
Todas elas são compostáveis e podem ser decompostas em 180 dias.
Nos últimos dois anos, a startup substituiu mais de seis milhões de sacolas em todo o país.
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Aprovado pelos clientes
E quem usou o material aprova. Mohd Sami Uddin, fundador de uma empresa de frangos, usa os produtos da Bio Reform há mais de um ano.
“Às vezes, os clientes reclamam conosco se alguns ossos afiados rasgassem os sacos de baixa qualidade. No entanto, os sacos da Bio Reform atendem os nossos requisitos e podem ser facilmente selados também, igual ao plástico. Além disso, não há muita diferença em relação ao preço de compra”, explicou.
“Feliz por contribuir”
Hoje, Mohammed olha para o passado e vê que desistir valeu a pena.
“Estou feliz por poder contribuir com a minha parte. Às vezes é desgastante não levar uma vida universitária regular, mas no final, tudo vale a pena. Sinto-me contente quando volto a dormir. Mas muito mais precisa ser feito para tornar a Índia livre de plástico, e continuarei a lutar por isso”, acrescentou.
Para ele, abordar o problema da poluição do plástico é urgente.
“Problemas relacionados à poluição plástica não se limitam mais a afetar a vida aquática e os animais. Hoje, o microplástico chegou à nossa corrente sanguínea. A água engarrafada contém microplásticos. Abordar isso é um problema importante e urgente”, finalizou.
Fonte: sonoticiaboa