Mais novo lançamento da Paradox, Victoria 3 leva o jogador para o distante ano de 1830, com a missão de liderar um país na era Vitoriana, gerenciar a economia, política e lidar com as rápidas mudanças sociais provocadas pela Revolução Industrial.
É um jogo de estratégia complexo e envolvente, talvez até mais do que outros games do gênero, que costuma abordar cenários variados, desde a Idade Média europeia até a exploração espacial em um futuro distante. Não é, sinceramente, um jogo para iniciantes na tal “Grand Strategy”, mas uma compra certa para fãs de games desse tipo.
Liberdade para experimentar
A curva de aprendizado é acentuada, mesmo com o tutorial bastante completo e cheio de dicas. Mas assim como outros jogos da Paradox, Victoria 3 é envolvente desde o começo, principalmente pela liberdade oferecida ao jogador, que pode transformar qualquer nação escolhida no que quiser, deixando de lado todo o realismo histórico – ou se apegando a ele para reproduzir a História do mundo ocidental.
Quer expulsar os católicos de Roma ou fazer do Brasil uma potência militar temida em toda a Europa? É possível. Não que seja fácil, mas o jogador é livre para modelar o futuro do mundo como quiser. Essa liberdade para experimentar e se arriscar é o que faz Victoria 3 um jogo tão fascinante quanto Crusader Kings, até então meu favorito dos chamados “Grand Strategies”.
Há muitas mecânicas minuciosas para gerenciar e dá para passar dezenas de horas administrando a economia e aprovando leis sem precisar se envolver em grandes conflitos com outros países – por sinal, a guerra é sempre o pior cenário no jogo, custando muito mais aos envolvidos do que se ganha com a vitória ao final do conflito.
Os veteranos de Crusader Kings 3 vão estranhar um pouco o fluxo das guerras em Victoria 3. Há menos microgerenciamento de unidades e uma ênfase maior na negociação política – o combate não é um elemento central, de forma alguma e a incerteza do conflito faz com que seja realmente melhor evitar ao máximo entrar em uma disputa bélica com os vizinhos.
É preciso muita atenção em todos os detalhes para se dar bem e construir um verdadeiro império. O lado bom é que o jogo fornece todas as informações necessárias para tomar cada decisão, com explicações detalhadas do que vai ser feito e potenciais questões que podem surgir em cada rumo. E com tudo em português, fica bem melhor para os jogadores que não são fluentes em inglês. Só cabe ao jogador analisar os riscos e benefícios antes de fazer suas escolhas como governante.
Considerações
Victoria 3 é um dos melhores e mais envolventes jogos de estratégia dos últimos anos. Não é um jogo para iniciantes, mas para os fãs inveterados do gênero e sua simulação da Era Vitoriana e da economia e sociedade em ebulição da Revolução Industrial é um playground fascinante.
Victoria 3 está disponível para PC.
*Esta análise foi feita com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Paradox.
Fonte: terra.com.br/gameon