Christinny dos Santos
Única News
Treze pessoas morreram em acidentes aéreos nos último oito meses, em Mato Grosso. Apenas neste ano, o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) já registrou 64 ocorrências aeronáuticas no estado. Entre os casos investigados pelo órgão da Força Aérea Brasileira, está a queda de avião que matou cinco pessoas, no município de Apiacás, em 15 de agosto.
Das ocorrências já registradas, 65%, ou seja, 41, foram classificadas como incidentes ou incidentes grave, majoritariamente motivadas por falha no sistema/componente ou colisão com ave. Nestes casos, não há vítimas fatais. As aeronaves envolvidas nestas ocorrências são, em maioria, Airbus A320-251N de operação regular.
As outras 23 ocorrências foram classificadas como acidentes e quartoze ocorreram com aviões agrícolas. Os acidentes aéreos resultaram treze mortes, duas pessoas gravemente feridas e quatro vítimas com ferimentos leves.
Casos recentes
O caso mais recente registrado no estado foi o do avião Air King, do produtor rural Arni Alberto Spiering (70), que caiu na quinta-feira (15 de agosto), na zona rural de Apiacás (963 km de Cuiabá). A Polícia Civil confirmou que acidente aéreo deixou cinco mortos, totalizando 13, apenas em 2024. Relatório preliminar do CENIPA diz que a queda foi motivada pela “perda de controlo em voo”.
A aeronave explodiu na queda e os corpos se fundiram aos destroços do King Air. As informações são de que embarcaram na aeronave o produtor rural, dois netos dele, o funcionário Ademar de Oliveira de Júnior e o piloto, Helder de Souza. A equipe de Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) trabalha para confirmar as identidades através de exame de DNA.
Também houve a queda do jato executivo Learjet 35, que aconteceu em 23 de julho, em Matupá. O acidente deixou dois mortos, entre eles o colombiano Jorge Yamil Carrillo Moreno, de 35 anos. A segunda vítima ainda não foi identificada. Conforme relatório preliminar do SIPAER, o piloto perdeu o controle da aeronave arremeteu no solo e colidiu.
Em junho, o advogado Marco Antônio Corbelino e o piloto do Conquest 180 em que estava também morreram. O avião decolou de Mirassol D’Oeste com destino a Cárceres, mas durante a decolagem, quando iniciava curva à esquerda, o piloto perdeu o controle da aeronave e colidiu contra o solo.
Outras quatro pessoas morreram em quedas de avião que aconteceram em Sorriso (2), Ipiranga do Norte (1) e Lucas do Rio Verde (1), em junho, abril e março, respectivamente.
Brasil
Em 2024, 116 pessoas morreram em ocorrências aeronáuticas ocorridas em todo o país. De acordo com a última atualização do SIPAER, foram 1832 ocorrências, sendo que apenas apenas 6%, ou seja, 112, foram acidentes que resultaram em morte e/ou pessoas leve ou gravemente feridas.
Outros 94% são incidentes ou incidentes grave onde, conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), nenhum dos passageiros ou tripulantes sofre lesão grave. Estes são casos em que a aeronave precisa retornar ao aeródromo de onde decolou ou precisou pousar em aeroporto diferente do definido como destino, por exemplo.
Desde 2014, 813 pessoas morreram em acidentes aéreos no país. Enquanto isso, em acidentes de transportes terrestres foram registrados entre 2010 e 2019, 392 mil mortes, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Investigação e Prevenção
Em alguns dos casos citados, as investigações ainda estão em andamento. Embora o tipo da ocorrência — se a queda ocorreu por perda de controle ou operação em baixa altitude, por exemplo — já tenha sido determinado, é preciso descobrir os possíveis fatores contribuintes, como o julgamento de pilotagem ou o processo de decisões tomadas durante o incidente.
Dessa maneira, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) propõe, por meio da emissão das Recomendações de Segurança, a implementação de medidas com o objetivo de evitar a recorrência de eventos semelhantes, buscando o aprimoramento da segurança de voo.
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Fonte: unicanews