Nesta segunda-feira, 19, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou os Estados Unidos de auxiliarem a Ucrânia na sabotagem dos gasodutos Norte Stream. Ele disse que está “claro” que a explosão das tubulações, ocorrida em setembro de 2022, no Mar Báltico, foi uma ordem dos norte-americanos.
Em 2022, a imprensa dos EUA informou que Washington soube com antecedência do plano, o que revelou a ligação de grupos pró-Ucrânia com o incidente. Segundo o jornal Wall Street Journal, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, inicialmente apoiou o ataque, mas recuou depois de alertas das autoridades norte-americanas.
“Mesmo que os ucranianos tenham participado nisso, é claro que não poderiam fazê-lo sozinhos”, disse Lavrov ao jornal russo Izvestia. “É claro que, para realizar um ataque assim, a ordem veio do mais alto nível, como dizem, e o mais alto nível para o Ocidente é, obviamente, Washington.”
Em outubro de 2022, o economista norte-americano Jeffrey Sachs sugeriu que os EUA poderiam estar por trás dos “atos de sabotagem” contra os gasodutos Nord Stream 1 e 2. Três explosões subaquáticas, em 26 de setembro de 2022, danificaram as tubulações.
Na época, a Rússia culpou os EUA, o Reino Unido e a Ucrânia pela ofensiva. Alguns membros do governo norte-americano sugeriram que Moscou era o responsável. O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou a ação de “um ato deliberado de sabotagem”.
Rússia teria realizado a ação
Com a aproximação do inverno daquele ano, havia especulações de que Moscou queria estrangular o fornecimento de energia na Europa. A ação seria uma forma de “chantagem” para que os países europeus retirassem seu apoio à Ucrânia. Alemanha, Dinamarca e Suécia abriram investigações, e os suecos encontraram vestígios de explosivos, o que confirma a natureza deliberada das explosões.
A investigação se concentrou em uma pista ucraniana, depois da revelação de um mandado de prisão emitido pela Justiça alemã contra um mergulhador profissional ucraniano. A polícia suspeitou do envolvimento do detido na sabotagem do gasoduto com outros dois compatriotas.
Kiev descreveu as acusações como “absoluto absurdo”, em resposta às alegações do de que o comandante em chefe Valeri Zalujniy supervisionou o ataque. O jornal também informou que Zelensky apoiou o plano inicialmente.
O plano, conforme relatado, teria sido executado com um iate alugado e uma pequena tripulação de seis pessoas, o que inclui uma mulher na faixa dos 30 anos, selecionada por suas habilidades, para simular um grupo de amigos em lazer.
A execução do plano teria sido organizada em uma noite de bebedeira entre militares e empresários ucranianos, cerca de quatro meses antes do ataque. Veículos de comunicação alemães, que reportaram sobre a investigação, foram mais cautelosos quanto ao envolvimento de autoridades ucranianas e não vincularam Zelensky ao ataque.
Fonte: revistaoeste