Butch Wilmore e Suni Williams entraram a bordo da espaçonave Boeing Starliner (CST-100) no dia 5 de junho de 2024 para uma missão de oito dias na Estação Espacial Internacional (ISS). Já se passaram mais de 60 dias que a cápsula foi lançada, e os astronautas continuam no espaço. Agora, é possível que os dois só consigam voltar para a terra em 2025.
De acordo com a Nasa, a primeira oportunidade para retorno dos astronautas seria em fevereiro de 2025, com a nave espacial Crew Dragon, da SpaceX. Eles podem voltar mais cedo, claro, se conseguirem completar os consertos necessários na cápsula Boeing Stairliner, que apresentou problemas no sistema de propulsão.
A Nasa está negociando a possibilidade de deixar dois assentos livres no lançamento da SpaceX, que era para acontecer em janeiro de 2025, mas foi adiado para fevereiro na última terça-feira, 06. Isso seria um baque para a empresa do Starliner, já que a SpaceX é a competidora que a Boeing tem dificuldade de alcançar no ramo dos veículos espaciais.
O projeto do Starliner foi marcado por atrasos e um prejuízo de mais de US$ 1,5 bilhão (mais de oito bilhões de reais). Agora, se a Nasa decidir mudar a missão da espaçonave e mandar os astronautas de volta de outro jeito, a Boeing vai configurar a cápsula para tentar um retorno não tripulado.
Problemas com os propulsores e com a opinião pública
A Starliner está estacionada há 64 dias na ISS. Ela só pode ficar lá 90 dias, e está parada na mesma porta que o Crew Dragon, da SpaceX, vai usar quando for deixar uma nova leva de astronautas, depois do dia 24 de setembro.
Em julho, já na Estação Espacial Internacional, a Boeing fez testes com seu veículo espacial para certificar sua segurança para a volta dos astronautas.
Porém, a Starliner apresentou defeitos abruptos nos propulsores e vazamentos de gás hélio. Quatro dos seus jatos falharam e alguns dos propulsores estavam mais fracos que o normal. Mesmo assim, no dia 2 de agosto, a empresa afirmou estar confiante no retorno do veículo com a tripulação.
A missão da Starliner era uma missão de teste, e não é raro que esses casos apresentem problemas. Mesmo assim, a situação está feia para a Boeing, que há anos já enfrentava uma percepção ruim do público por causa dessa espaçonave em específico.
O gerente do programa de tripulação comercial da Boeing, Mark Nappi, chegou a se mostrar arrependido pelo prazo de retorno previsto de oito dias, como noticiou o jornal britânico The Guardian.
Fonte: abril