Uma pesquisa realizada pela Global Underwater Explorers, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), explora as profundezas das águas da Dolina do Pai João em Nobres, a 122 km de Cuiabá, para mapear cavernas e o lençol freático.
A Dolina do Pai João é a cavidade mais profunda da região de Nobres, com mais de 100 metros de profundidade, e conserva diversos ambientes subaquáticos. A real extensão do relevo não é conhecida, por isso, há exploração científica.
A pesquisa, em andamento desde 2023, conta com mergulhadores, arqueólogos, geólogos, um cineasta e membros de apoio, que estiveram em Mato Grosso com o objetivo de conhecer as cavernas localizadas no Parque Estadual da Gruta Azul, principalmente a Dolina do Pai João e a Dolina do João Terêncio, ambas em Nobres.
Os primeiros mergulhos serviram para aproximar o equipamento da entrada da caverna. Esses mergulhos foram longos, seguidos de muitas horas de descompressão, e constataram a existência de condutos profundos com grande movimentação de água.
Mergulhadores do CBMMT (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso) colaboram com o estudo. Os bombeiros militares mato-grossenses atuaram ao lado de mergulhadores da Global Underwater Explorer, uma comunidade internacional de mergulhadores profissionais, para garantir a segurança das equipes que estiveram no local nos últimos dias.
Segundo o tenente-coronel BM Heitor Souza, especialista em mergulho autônomo, a experiência e o conhecimento dos mergulhadores do CBMMT têm contribuído para as atividades de mapeamento das cavernas subaquáticas e do lençol freático da Dolina.
“Esta é uma operação que reúne uma equipe de bombeiros que são mergulhadores e também especialistas em salvamento. Junto com mergulhadores internacionais, os militares realizaram mergulhos a mais de 100 metros de profundidade. É uma operação que busca mapear as cavernas e o lençol freático da Dolina. Representa uma importante pesquisa acadêmica com a qual temos a possibilidade de colaborar”, afirmou o tenente-coronel.
Para a atividade de mergulho, os bombeiros militares e toda a equipe utilizaram equipamentos avançados, como uma câmara hiperbárica, essencial para regular o nível de oxigênio no corpo depois que o mergulhador atinge a parte mais profunda da dolina e volta a superfície.
Dentre outras atividades realizadas no local, além do mergulho, a equipe implementou um sistema de ancoragem para içar materiais e realizou simulações. Todos os resultados obtidos serão mapeados e analisados pelos pesquisadores.
Fonte: primeirapagina
