Os índices das principais bolsas de valores mundiais fecharam em queda nesta segunda-feira, 5. No programa , o economista Jason Vieira explicou o que teria motivado as baixas. O principal fator está relacionado ao medo de recessão na economia dos Estados Unidos.
De acordo com Vieira, investidores do mundo todo provocaram a queda dos índices ao realizarem uma “grande realização de lucros”, ou seja, venderam ações que valorizaram a longo prazo para efetivar os lucros.
“Não necessariamente significa que estamos à beira de uma crise mundial ou de um ciclo horroroso de mercado”, explicou Vieira. “Para quem olha de uma maneira mais fria, é uma grande realização de lucros.”
Nesta segunda-feira, diversas bolsas de valores despencaram. No índice Nikkei 225, de Tóquio, a queda foi de 11,6%. Os índices futuros das bolsas de Nova York caíram 3,7% na Nasdaq, 1,8% na S&P e 0,76% na Dow Jones. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 2,1%. A CAC 40 da França abriu em queda de 2,1%, o IBEX da Espanha caiu 2,8% e o FTSE 100 do Reino Unido registrou baixa de 1,7%. A B3, em São Paulo, fechou com queda de 0,46%.
O economista explicou que os dados ruins da economia norte-americana, divulgados nesta semana, somados à previsão de ritmo lento no corte de juros pelo Federal Reserve dos EUA, equivalente ao Banco Central no Brasil, influenciaram nas quedas.
“Não tivemos nenhuma novidade que justificasse todo esse movimento do mercado financeiro”, disse Vieira ao . “Temos uma questão nos EUA de dúvidas, em relação ao ritmo do crescimento econômico, mas existe também um desejo intrínseco por parte dos investidores nos EUA que os juros sejam cortados de maneira mais acelerada.”
Para Vieira, a baixa criação de vagas de trabalho, o excesso de gastos do governo e problemas migratórios são os principais problemas econômicos dos EUA. O país enfrentará um déficit de mais de US$ 30 trilhões neste ano. Os dados levaram os investidores a venderem suas ações para garantir o valor atual de cotação, o que gerou as quedas nas bolsas de valores.
“O problema dos Estados Unidos agora é que os instrumentos que eles teriam para uma tentativa de um crescimento econômico acelerado, semelhante ao que se faz no Brasil, que é questão fiscal, já está em uso”, explicou Vieira. “Como falei, o déficit chegou a US$ 35 trilhões, é difícil. Eles não têm mais o que fazer nesse sentido.”
Confira a entrevista completa do economista Jason Vieira ao no canal do da Revista . O programa é transmitido ao vivo, de segunda-feira a sexta-feira, a partir das 17h45.
Fonte: revistaoeste