Na Idade de Bronze, humanos já faziam suas listas de compras.
Arqueólogos encontraram e decifraram uma placa de argila datando do século 15 a.C., no sul da Turquia. O documento traz uma lista de móveis comprados e vendidos há 3,5 mil anos, no sítio arqueológico de Alalakh, uma importante cidade que floresceu entre os séculos 20 a.C. e 12 a.C.
A placa contém uma inscrição em acadiano, a língua extinta falada na antiga Mesopotâmia, principalmente por assírios e babilônios, utilizando a escrita cuneiforme. É um registro comercial contendo uma lista de mobílias em grande quantidade, como uma espécie de inventário: mesas, cadeiras e bancos de madeira são citados.
Ainda não se sabe quem escreveu o texto ou quem fez a transação; linguistas ainda tentam decifrar algumas partes do texto – as quantidades ainda são incertas, apesar de serem números aparentemente grandes.
Os pesquisadores esperam utilizar a placa como ponto de partida para coletar mais detalhes de como funcionava a economia e o comércio na Idade do Bronze. Na época que o documento foi escrito, a cidade de Alalakh provavelmente estava sob o domínio do império Mitanni, que dominou a região do Norte da Mesopotâmia por dois séculos.
O artefato é pequeno: mede 4,2 cm por 3,5 cm, com 1,6 cm de espessura, e pesa só 28 gramas, segundo informações reveladas pelo Ministério da Cultura e do Turismo da Turquia.
A tábua foi descoberta durante um trabalho de restauração no sítio arqueológico após um terremoto atingir a região.
Alalakh, o sítio arqueológico onde a placa foi encontrada, foi um importante centro urbano na Idade do Bronze, sendo famosa por suas ruínas de palácios, templos e casas.
O acadiano, língua em que a lista foi escrita, é um primo extinto de idiomas como o árabe e o hebreu e era falada por vários povos na região do Antigo Oriente Próximo. A escrita cuneiforme, por sua vez, era o sistema de escrita criado pelos sumérios e usado em vários idiomas, como o próprio acadiano, o sumério e o elamita. Junto dos hieróglifos egípcios, esse é o alfabeto mais antigo da humanidade.
Fonte: abril