A Previdência Social enfrenta um apagão de estatísticas no momento em que há uma explosão na concessão de benefícios, e o governo quer implementar uma política de revisão de gastos para cortar R$ 25,9 bilhões em despesas em 2025.
Segundo do jornal Folha de S.Paulo, o Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps), documento detalhado do governo sobre a evolução dos benefícios, foi postado pela última vez em fevereiro de 2024. Depois disso, não foi mais atualizado.
O apagão acontece porque servidores do Ministério da Previdência Social, responsável pela elaboração do boletim, não conseguem acessar o Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe), administrado pelo desde abril.
O sistema abriga informações detalhadas dos beneficiários do INSS e foi desligado depois de o instituto identificar a exposição indevida de dados de milhões de pessoas, conforme apurado pela Folha.
A Dataprev, estatal de tecnologia que presta serviços ao INSS, reformulou o acesso e gerou novas senhas a alguns órgãos. No entanto, os servidores do Ministério da Previdência Social permaneciam sem acesso ao sistema até esta quinta-feira, 25.
Segundo a Folha, o impasse se arrasta há meses e instaurou uma crise nos bastidores entre Previdência Social, INSS e Dataprev.
A avaliação de especialistas consultados pela publicação é que as informações do boletim são de extrema importância, especialmente para acompanhar a evolução das concessões em meio à redução da fila do INSS.
Além disso, os dados também servem como um termômetro relevante para a promessa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de fazer um pente-fino nessas políticas para cortar gastos.
O que diz a Previdência
Procurado pela Folha, o Ministério da Previdência informou que “nesta quinta-feira, dia 25/7, a Dataprev passou a credenciar e distribuir senhas de acesso aos servidores da Secretaria do Regime Geral de Previdência Social do MPS”.
“A medida permite a retomada das extrações de dados necessárias à elaboração do Beps”, disse a pasta em nota.
O comunicado revela que a Dataprev deu uma saída ao problema depois dos pedidos de esclarecimento feitos pela publicação.
A Folha também procurou o INSS, a Dataprev e a Previdência. A reportagem apurou que os órgãos envolvidos deflagraram uma “operação de guerra” para resolver o problema de acesso.
A Dataprev informou, via assessoria de imprensa, que opera os acessos ao Suibe “sob a autorização e os critérios estipulados pelo INSS, órgão gestor do sistema”. O INSS não respondeu.
Fonte: revistaoeste