Na tarde de quarta-feira (17), o Fórum de Inovação de Fazenda Rio Grande reuniu empresários, empreendedores e startups da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) para uma programação intensa que destacou casos de sucesso e promoveu debates sobre inovação e empreendedorismo. O evento foi realizado na Escola de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Fazenda Rio Grande.
O fórum faz parte de uma iniciativa do Sebrae Paraná com o objetivo de fortalecer ecossistemas de inovação nas cidades da RMC, promovendo o desenvolvimento e a colaboração entre gestão pública, entidades e setor produtivo local. Além de Fazenda Rio Grande, o programa inclui Araucária, Pinhais, Rio Negro e São José dos Pinhais. A iniciativa visa explorar o potencial colaborativo para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico regional.
Eventos descentralizados, como o de Fazenda Rio Grande, buscam envolver e engajar comunidades locais para promover ecossistemas mais robustos em termos de inovação e negócios, especialmente para micro e pequenos empreendedores. Segundo Michele Riquetti Tesser, gerente da Regional Leste do Sebrae/PR, o objetivo é envolver todos os atores dos ecossistemas para promover discussões que impactem o desenvolvimento dos municípios.
“Os fóruns anuais realizados nos cinco municípios onde aplicamos nossa metodologia de ecossistemas de inovação não são uma ação isolada do Sebrae. Participamos de um processo que envolve a sociedade civil organizada, o poder público, instituições de ensino e pesquisa, e o empresariado local. Mapeamos esses atores e propomos estruturar os ecossistemas para que eles se auto-organizem em torno de uma governança estabelecida por eles”, explica.
A metodologia do Sebrae baseia-se em seis eixos fundamentais: poder público, ambiente de inovação, instituições de ciência e tecnologia, políticas públicas para inovação, governança e capital para inovação. O objetivo é aumentar o nível de maturidade dos ecossistemas de inovação. Paulo Grochowicz, gestor de inovação do Sebrae/PR, explica que a metodologia busca entender como os municípios se desenvolvem através da inovação.
Ele destaca que a criação dessa metodologia partiu do Sebrae/PR para entender como os municípios podem se desenvolver por meio da inovação e identificar fatores que potencializam esse processo. Curitiba e Londrina, com ecossistemas consolidados, foram escolhidas para identificar fatores estruturantes e definir um plano de ação atualmente utilizado por 200 cidades no Brasil.
Grochowicz, responsável pela elaboração da metodologia, afirma que ela é essencial para coordenar e organizar os movimentos de inovação, garantindo ações mais eficazes e impactantes. “Nosso papel é analisar os eixos da metodologia e propor ações para aumentar a maturidade dos ambientes de inovação municipais. Os fóruns fomentam a inovação e promovem o crescimento local”, revela.
O Fórum de Inovação de Fazenda Rio Grande não apenas forneceu uma plataforma para discussões sobre inovação e empreendedorismo, mas também destacou a importância da participação de diversos setores da comunidade local. Michele ressalta que o evento, assim como os demais programados para o ano, visa fortalecer e integrar os ecossistemas de inovação na RMC. “Iniciamos o mapeamento de agentes de transformação em cada cidade da região metropolitana em 2022 e desde então temos estruturado nosso apoio aos movimentos locais”, conta.
“A metodologia define o mapeamento e as ações implementadas, incluindo a governança de inovação nos municípios, os fóruns e a promoção de conexões entre ecossistemas. Quanto mais uma empresa inova, maior sua relevância no mercado e a probabilidade de sustentabilidade. O Sebrae apoia o desenvolvimento de pequenas empresas, considerando a inovação essencial para a continuidade dos negócios. A inovação é fundamental para a sustentabilidade das empresas no mercado”, diz.
Imersão e apoio à micro e pequena empresa
O Fórum de Inovação de Fazenda Rio Grande reuniu mais de 400 participantes, que assistiram a palestras e painéis em dois palcos dedicados ao impulsionamento de negócios, incluindo casos de empresas da região. O evento também incluiu uma exposição de produtos e serviços de empreendimentos locais, com 13 startups que nasceram e se desenvolveram na cidade, além de uma batalha de pitches.
A abertura contou com a presença de autoridades locais e estaduais, incluindo o prefeito Marco Marcondes, o deputado federal Toninho Wandscheer, coordenador da Bancada Paranaense Federal em Brasília, e a ex-deputada federal Christiane Yared, representando o governo estadual.
Um dos pontos altos da programação foi o painel “Novos Olhares”, que explorou a inovação aplicada a novos produtos e processos, com cases de grandes negócios em Fazenda Rio Grande. O painel foi mediado pelo consultor de inovação do Sebrae/PR, Augusto Machado, e contou com a participação de Artur Soares, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Simbiose, que possui o maior portfólio de insumos microbiológicos da América Latina, à qual pertence a Bioma, indústria de Fazenda Rio Grande que é reconhecida como a maior fabricante de produtos biológicos para a agricultura também da América Latina; Marcelo Machado, diretor comercial da Geoambiente S/A, empresa de serviços de monitoramento e remediação ambiental; e Paulo Setti, gerente sênior de produto da LG no Brasil, que está prestes a inaugurar novo complexo industrial na cidade.
Outro destaque foi a palestra do coordenador de relações com o mercado da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), Rafael Wandrey. Ele apresentou a atuação da EMBRAPII no desenvolvimento tecnológico e inovação no Brasil, colaborando com instituições de pesquisa e empresas para avançar em projetos inovadores.
Com contratos de gestão com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações; da Educação; da Saúde; e da Economia, a EMBRAPII busca compartilhar riscos na fase pré-competitiva de projetos para estimular o setor industrial a inovar e aumentar sua competitividade. A instituição opera com uma rede de 93 unidades de ciência e tecnologia, conhecidas como unidades EMBRAPII, espalhadas por todo o Brasil.
Os centros vinculados à EMBRAPII têm experiência em atender ao setor privado e permitem que empresas de todos os portes, desde microempreendedores individuais até grandes indústrias, possam aplicar projetos de inovação tecnológica. “Nosso objetivo é que as demandas tecnológicas atendam a desafios específicos das empresas, desde pequenas e médias até as maiores e mais inovadoras do Brasil, como Vale, Embraer, Suzano, Volvo e Grupo Boticário”, diz Wandrey.
Apoio financeiro e estrutura da parceria
A EMBRAPII oferece apoio financeiro não-reembolsável que pode cobrir até 50% do valor do projeto para micro e pequenas empresas com faturamento anual de, pelo menos, R$ 4,8 milhões, e até um terço para médias e grandes empresas. O financiamento é estruturado de forma tripartite: a EMBRAPII contribui com uma parte, a unidade de pesquisa com outra, e a empresa com o restante. Para micro e pequenas empresas, o Sebrae pode contribuir com até 70% do valor restante, reduzindo significativamente o custo para a empresa. “Para startups e micro e pequenos negócios, a EMBRAPII e o Sebrae são parceiros importantes para alavancar o progresso tecnológico”, comenta.
Os projetos apoiados pela EMBRAPII devem ser inovadores e podem variar desde a prova de conceito (POC) até a comercialização do produto. A colaboração possibilita que as empresas recebam suporte durante todo o processo, desde o desenvolvimento e testes em laboratório até a definição de preço e design final. “A parceria permite avançar até o TRL9, nível de prontidão tecnológica número 9, que indica que a tecnologia está totalmente madura e pode ser aplicada em larga escala no mercado”, explica Wandrey.
A EMBRAPII não realiza financiamento direto. Os recursos são disponibilizados para cada instituto de pesquisa e fornecidos de acordo com o andamento de cada projeto. “Uma vez estabelecida a cooperação e aprovado o projeto, os recursos são alocados e disponíveis para uso, garantindo agilidade no processo”, diz.
Desde sua fundação em 2014, a EMBRAPII já investiu mais de R$ 4,1 bilhões em 2,6 mil projetos de 1,8 mil organizações de todos os portes, sendo 25,3% grandes corporações e 57,2% micro e pequenas empresas, das quais 14% são startups.
Empresas interessadas em acessar o apoio da EMBRAPII devem procurar as unidades de pesquisa que melhor atendam às especificidades de cada projeto. Informações sobre as unidades e suas competências estão disponíveis no site da EMBRAPII.
Além do Sebrae, a EMBRAPII conta com parceiros como o BNDES, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação. O BNDES oferece apoio especial para a região Norte e para projetos cooperativos.
E vem aí o GazzSummit Agrotechs
O GazzSummit Agrotechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em um dos setores mais relevantes do país. O evento será realizado no dia 15 de agosto de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeia produtiva ainda mais longe. Uma programação intensa de 12 horas de conteúdo, e mais de 25 palestrantes, espera os participantes que poderão interagir com players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua vaga.
Fonte: gazzconecta
