Um dia depois de defender a ideia de que à União e instituições federais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atacou os chamados “super-ricos” durante o pré-lançamento da Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, no G20, realizado no Rio de Janeiro.
“Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora”, afirmou Lula. “Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido no tema da cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global, fortalecendo as iniciativas existentes e incluindo os bilionários.”
Lula disse que a riqueza dos bilionários “passou de 4% do PIB mundial para quase 14% nas últimas três décadas”, que “alguns indivíduos controlam mais recursos do que países inteiros”.
O chefe do Executivo fez referência, mesmo que indiretamente, ao empresário em seu discurso. Ao falar que existem bilionários com recursos de nações, “outros possuem programas espaciais próprios”. O dono do Twitter/X fundou a SpaceX em 2002, com objetivo de reduzir os custos de transporte espacial para permitir a colonização de Marte.
Ainda sobre a questão dos “super-ricos”, Lula disse que “vários países enfrentam um problema parecido”. Declarou que, no “topo da pirâmide, os sistemas tributários deixam de ser progressivos e se tornam regressivos”.
Em seu discurso, Lula disse que “ao longo dos séculos, fome e pobreza estiveram cercadas de preconceitos e interesses” e que muitos viam “os pobres como um mal necessário e mão de obra barata para produzir as riquezas das oligarquias”.
“Foram ignorados por governantes e setores abastados”, afirmou. “Mantidos à margem da sociedade e do mercado. Os que não puderam ser incorporados à produção e ao consumo ainda hoje são tidos como um estorvo. Quando muito, tornaram-se objeto de medidas compensatórias paliativas.”
O chefe do Executivo brasileiro ainda disse que, “nas últimas décadas”, essa situação supostamente foi agravada pela “globalização neoliberal”. “Nunca tantos tiveram tão pouco, e tão poucos concentraram tanta riqueza”, acrescentou.
Disse que a fome não é resultado só de “fatores externos”, mas, “sobretudo, de escolhas políticas”. Afirmou que é preciso criar condições para que as pessoas tenham acesso aos alimentos produzidos no mundo, que são “mais do que o suficientes” para “erradicar” a insegurança alimentar.
Entre os integrantes da comitiva brasileira no evento estiveram presentes:
- — presidente da República
- — primeira-dama do Brasil
- — ministro da Fazenda
- — ministra da Saúde
- — ministro das Relações Exteriores
- — ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
- — ministro da Assistência Social
- — ministra da Igualdade Racial
- — ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
- — presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como “banco dos Brics”
- — secretária Executiva da Casa Civil
Fonte: revistaoeste