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Lançado em maio de 2021, Resident Evil: Village foi um capítulo extremamente sólido, com conceitos interessantíssimos e alguns acertos como um level design impressionante, o game solidificou de vez a franquia de volta no caminho do terror que voltou a ser trilhado a partir de Resident Evil 7, e agora o jogo recebeu sua Gold Edition.
Um ano e meio depois o game recebe uma Gold Edition que traz algumas adições ao game, como um novo capítulo que coloca um ponto final na história dos Winters na franquia, novos conteúdos para o modo Mercenarios e a possibilidade de se jogar a campanha principal do game com a câmera na perspectiva em terceira pessoa – e finalmente ver o rosto de Ethan Winters.
Mas será que esses adicionais sustentam uma nova versão? É isso que vamos falar nos próximos parágrafos deste review.
Confira também nosso review completo da edição base de Resident Evil: Village.
Uma nova perspectiva
A câmera em primeira pessoa implementada em Resident Evil VII e repetida em RE: Village foi dos pontos mais criticados pela fã base irritadiça. A verdade é que essa perpectiva trazia um novo nível de imersão para os jogos, algo ainda não experimentado com essa qualidade na franquia. Porém a RE Engine, motor gráfico criado pela Capcom, mostrou-se bastante versátil já que além de RE VII e RE Village, outros jogos foram lançados usando a perspectiva em terceira pessoa como os Remakes de RE2 e RE3, Devil May Cry 5 entre outros.
Desta forma, a Capcom trouxe como um dos adicionais da Gold Edition a possibilidade de jogar a campanha principal de RE: Village com a perspectiva em terceira pessoa, tal recurso modifica bastante o jogo, tirando um pouco da sua atmosfera de terror, mas dando mais liberdade ao jogador de forma geral.
A câmera em terceira pessoa reduz a tensão do game em momentos como a Mansão Beneviento ou a Fábrica de Heisenberg, algo de se esperar já que toda a experiência de imersão do game no que tange a atmosfera foi construída pensando na visão pessoal em primeira pessoa. Isso não chega a estragar ou atrapalhar de forma profunda a experiência, mas é nítida e considerável a perda nesse ponto
Entretanto, a câmera em terceira pessoa dá mais dinamismo ao jogo, especialmente nos momentos de mais ação, como no primeiro trecho do jogo – Castelo da Dimitrescu, ou ainda na fase final do jogo onde há diversos momentos em que muitos inimigos aparecem ao mesmo tempo na tela. A câmera em terceira visão facilita esses momentos ajudando o jogador e ter uma maior perspectiva do que está acontecendo ao seu redor.
De uma forma geral, é uma experiência interessante rejogar o game com essa nova perspectiva, embora sua experiência fique um pouco prejudicada é interessante notar que ele também funciona bem com a câmera em terceira pessoa.
E ah, a cara de Ethan Winters não tem nada de mais…
Sombras de um passado a ser esquecido
Sombras de Rose é o grande adicional dessa Gold Edition de Resident Evil: Village. Se bem que chamar de “grande adicional” é um certo exagero…
A DLC conta a história de Rose, filha de Ethan e Mia Winters e se passa 16 anos após os acontecimentos de Village. Rose luta para compreender e se livrar de seus poderes, e é justamente essa a história deste modo, onde Rose revisita a Vila do jogo base para encontrar respostas e principalmente uma forma de se livrar de seus poderes.
Se muitos fãs já criticavam RE VII e Village por sua história se distanciar muito dos demais jogos da franquia, Sombras de Rose leva isso para ainda mais longe. É como jogar um game de terror controlando uma X-Men que tem alguns limitadores para seus poderes.
Mesmo havendo toda uma contextualização para os poderes de Rose, eles são completamente fora da realidade já nada real da franquia. É como tentar encaixar duas peças de quebra-cabeças diferentes, elas podem até ter um encaixe, mas quando você olha elas não combinam em nada.
Sombras de Rose leva o jogador de volta a diversos locais do jogo base e repete a fórmula apresentada no mesmo, com áreas focada mais em exploração e batalhas, áreas totalmente focada em puzzles e jumpscares, ou ainda momentos mais frenéticos.
Embora isso traga uma certa memória positiva pelos acertos do jogo base é um mais do mesmo sem grandes novidades e no meio de uma história altamente irrelevante para o contexto geral.
Assim como aconteceu com RE VII e as DLCs Not a Hero e End of Zoe, Sombras de Rose é um amontoado de absurdos com uma história fraca, irrelevante a um gameplay repetitivo mas bastante competente.
Pelo menos a DLC guarda o desfecho da família Winters… ao menos assim eu espero.
A Gold Edition de Resident Evil ainda traz alguns adicionais para o modo Mercenários, como novos personagens e cenários. Adicional interessante para os fãs do modo, mas nada que traga um grande destaque de fato.
Mas e aí, a Gold Edition de Resident Evil: Village vale a pena?
Pouco relevante. Essa é a definição mais direta da Gold Edition de Resident Evil: Village.
Para quem jogou o game e quer viver uma nova perspectiva, a campanha em terceira pessoa é um prato cheio ainda mais com um level design tão caprichado a ser explorado e desafiado nessa nova visão. Para quem ainda não jogou por algum motivo, principalmente para os críticos da câmera em primeira pessoa, pode ser uma oportunidade interessantíssima de vivenciarem um jogo tão especial pela primeira vez.
Já a DLC Sombras de Rose, repete de forma até preguiçosa a fórmula do jogo base em meio a um amontoado de absurdos que nem mesmo os mais inimagináveis agentes virais e mutagênicos apresentados ao longo dos mais de 25 anos de Resident Evil são capazes de explicar de forma satisfatória. Ainda assim, é uma experiência divertida se o jogador for capaz de abstrair esses absurdos e curtir apenas o gameplay bastante competente e fluído.
Resident Evil: Village Gold Edition é tudo aquilo que nenhum fã da franquia queria ou pediu, mas que tem seus méritos e por um motivo ou outro vale a pena ser jogado em algum momento.
Análise elaborada com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Pouco relevante. Essa é a definição mais direta da Gold Edition de Resident Evil: Village.
Para quem jogou o game e quer viver uma nova perspectiva, a campanha em terceira pessoa é um prato cheio ainda mais com um level design tão caprichado a ser explorado e desafiado nessa nova visão. Para quem ainda não jogou por algum motivo, principalmente para os críticos da câmera em primeira pessoa, pode ser uma oportunidade interessantíssima de vivenciarem um jogo tão especial pela primeira vez.
Já a DLC Sombras de Rose, repete de forma até preguiçosa a fórmula do jogo base em meio a um amontoado de absurdos que nem mesmo os mais inimagináveis agentes virais e mutagênicos apresentados ao longo dos mais de 25 anos de Resident Evil são capazes de explicar de forma satisfatória. Ainda assim, é uma experiência divertida se o jogador for capaz de abstrair esses absurdos e curtir apenas o gameplay bastante competente e fluído.
Resident Evil: Village Gold Edition é tudo aquilo que nenhum fã da franquia queria ou pediu, mas que tem seus méritos e por um motivo ou outro vale a pena ser jogado em algum momento.
Prós
- Campanha principal em terceira pessoa
- Sombras de Rose repete os acertos do jogo base em ambientação e level design
Contras
- DLC pouco relevante
- Absurdos difíceis de explicar até para Resident Evil
- Desconexão com a franquia
Fonte: terra.com.br/gameon