Via @portalg1 | O cliente Gilberto Gomes de Oliveira, que é acusado de matar a tiros o advogado Charlesman da Costa Silvano após descobrir um caso dele com sua mulher, vai a júri popular nesta terça-feira (2), em Alexânia, no Entorno do Distrito Federal (DF). Gilberto foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado em setembro de 2023.
Durante interrogatório, o réu afirmou que a esposa contou que o caso aconteceu enquanto ele estava preso, disse ainda que não lembrava do fato de ter atirado 30 vezes contra o advogado.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do réu até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, a vítima foi atraída para o local onde foi assassinado com a promessa de que receberia um adiantamento de valores referentes a um processo que o réu respondia, por tráfico de drogas. Gilberto foi enviado a júri popular em março deste ano.
O julgamento será presidido pelo juiz Fernando Augusto Chacha de Rezende. Durante interrogatório, o réu afirmou que a esposa contou que o caso aconteceu enquanto ele estava preso, disse ainda que não lembrava do fato de ter atirado 30 vezes contra o advogado.
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, Charlesman era advogado de defesa de Gilberto em uma série de processos na Justiça. O mais recente na época, se referia ao suposto envolvimento do cliente com o tráfico de drogas. Sendo assim, os dois mantinham contato pois precisavam tratar desses assuntos.
Em depoimento, a esposa de Gilberto contou que o marido sempre sentiu ciúmes do advogado com ela. Na noite de 11 de de agosto de 2023, durante uma discussão de casal, a mulher revelou ao companheiro que teve um caso amoroso com Charlesman. A traição aconteceu em 2019, quando Gilberto cumpria pena na cadeia.
Aos policiais, a esposa de Gilberto disse que, após a revelação, ele ficou “transtornado” e “passou a noite cheirando cocaína”. Na manhã do dia 12 de agosto do mesmo ano, mandou uma mensagem para Charlesman, marcando de se encontrar com ele no Setor Clube Nova Flórida.
Segundo a delegada Silzane Bicalho, responsável pelo caso, quando o advogado chegou ao local combinado, Gilberto desceu da moto e entrou na caminhonete dele. Charlesman perguntou o que tinha acontecido e o cliente respondeu que estava sendo traído e, na sequência, efetuou vários disparos contra a vítima.
A princípio, o registro da troca de mensagens entre Gilberto e Charlesman, encontrada no celular do advogado, foi uma das principais evidências da autoria do crime. Fora o relato de uma testemunha, que viu Gilberto efetuando os disparos.
Mas, segundo a delegada, Gilberto também confessou o crime em depoimento, não restando dúvidas sobre o que havia acontecido.
Confronto
Logo após encontrar as mensagens trocadas por Gilberto com o advogado, os policiais foram em busca dele. Segundo a polícia, ele tentou resistir à prisão, empurrando um dos militares e apontando uma faca. Porém, os policiais atiraram na perna dele e o levaram preso.
Na casa, a polícia também encontrou a moto usada no crime e a jaqueta que o suspeito usava, que batia com a descrição de uma testemunha.
Depois de preso, Gilberto contou que a arma do crime estava com um amigo, e indicou o endereço aos policiais. Quando a equipe chegou ao local, foi recebida a tiros por quatro homens, dando início a um confronto. Um dos suspeitos conseguiu pular um muro e fugir, os outros três foram alvejados e um morreu.
Segundo a polícia, a suspeita é que todos fizessem parte da organização criminosa de Gilberto. Com os homens, foram apreendidas três pistolas, bem como porções de maconha e cocaína. Somente Gilberto foi indiciado pela morte de Charlesman.
Por Gustavo Cruz, g1 Goiás
Fonte: @portalg1