O ministro da , Fernando Haddad (PT), culpou a tragédia no Rio Grande do Sul por “pressão inflacionária”. A afirmação foi feita ao comentar a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira, 25.
Haddad destacou que a principal mensagem do documento é a interrupção do ciclo de cortes nas taxas de juros. O ministro afirmou que a ata está alinhada ao comunicado anterior do Copom, o que é positivo.
“Olha, dei uma passada de olhos agora pela manhã e penso que a ata está muito aderente ao comunicado”, disse Haddad. “Não tem nada de muito diferente do comunicado, o que é bom. E transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar o cenário interno e externo pra que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados.”
Ao ser indagado sobre a possibilidade de aumento dos juros, Haddad explicou que ajustes sempre podem ocorrer, mas o importante é a ênfase na interrupção do ciclo atual.
“O que tá dito ali é que houve uma interrupção”, afirmou Haddad. “Eventuais ajustes, se for necessário, sempre vão acontecer. O que é importante frisar é que a diretoria fala numa interrupção do ciclo. E me parece que essa é uma diferença importante a ser salientada.”
Haddad culpa RS pela inflação
Haddad culpou as chuvas no Rio Grande do Sul pela pressão inflacionária, mas afirmou que esse é um fenômeno de curto prazo e não deve influenciar a política monetária do Banco Central.
“Acredito que tem uma pequena pressão inflacionária em função do que aconteceu no Rio Grande do Sul, que está afetando”, comentou Haddad. “Essa é uma inflação que afeta o curto prazo. O horizonte do Banco Central é de médio e longo prazo.”
O ministro acredita que o Banco Central deve ignorar a situação do Rio Grande do Sul nas decisões sobre a taxa de juros. E disse que a influência da tragédia na economia deve ser superada em breve.
“Não faz muito sentido levar em consideração o que está acontecendo em função do Rio Grande do Sul para fins de política monetária”, explicou Haddad. “Porque o juros de hoje está afetando 12, 18 meses para frente. Quando a questão do Rio Grande do Sul, todos estamos trabalhando para que ela seja superada. Então, tem essas pressões de curto prazo. Mas estão sendo administradas com apoio ao Rio Grande do Sul.”
Fonte: revistaoeste