Bebidas alcoólicas são ricas em calorias e seu consumo, além de causar embriaguez, também deveria saciar a fome de quem as ingere, certo? Na verdade, não é bem assim.
De acordo com um estudo publicado pela Nature, em 2017, as “bebedeiras” são um gatilho para a compulsão alimentar. A fome que aparece após a ingestão de álcool é culpa dos neurônios Agrp.
O estudo conduzido por Denis Burdakov, do Instituto Francis Crick, de Londres, mostrou que os principais componentes dos circuitos de alimentação do cérebro —aqueles que desencadeiam a sensação de fome em nosso corpo— são ativados pelo álcool.
Localizados no hipotálamo, os neurônios de Agrp exibem hiperatividade elétrica e bioquímica quando são expostos ao etanol (princípio ativo do álcool).
O estudo mostrou, ainda, caminho reverso. Ao abolir a atividade deste neurônio, a indução à compulsão alimentar por meio da ingestão de álcool foi neutralizada, mostrando que a atividade da célula de Agrp é essencial para que o álcool estimule a alimentação excessiva.
Ratos “beberrões” comem mais
A pesquisa foi realizada com dois grupos de ratos. O primeiro deles foi exposto ao consumo excessivo de álcool por três dias (ingerindo o equivalente a 18 doses por dia), ao passo que o segundo não foi submetido ao uso do etanol.
O resultado foi que, enquanto, os ratos que permaneceram “sóbrios” não alteraram seus padrões de consumo alimentar, os animais que participaram da “bebedeira” apresentaram um aumento significativo na ingestão de alimentos.
*Com informações de matéria publicada em janeiro de 2017
Fonte: uol