Apesar da tentativa do Partido dos Trabalhadores (PT) de emplacar candidaturas em todas as capitais, os prefeitos rejeitam se associar à sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Recife, por exemplo, o prefeito João Campos (PSB) enfrenta um conflito com os petistas e pretende oferecer a vaga de vice ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
João Campos não confia nos petistas e considera como principal candidato a vice-prefeito Victor Marques Alves (PCdoB), ex-chefe de gabinete de um antigo aliado do Partido Socialista Brasileiro (PSB). A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do site Diário do Poder.
O grupo de João Campos avalia que a inclusão de um petista na chapa não atrairia votos adicionais, uma vez que eleitores de esquerda já tendem a apoiar o prefeito socialista.
Para João Campos, a escolha do vice é crucial para manter a confiança do eleitorado. A opção por Victor Marques Alves (PCdoB) reflete a tentativa de fortalecer a aliança com partidos que já possuem uma relação histórica com o PSB. Além disso, afasta a polarização que uma aliança com o PT poderia causar.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) também vê problemas em formar uma aliança com o PT. Paes acredita que tal parceria não seria bem-sucedida, especialmente em uma cidade que é um reduto eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eduardo Paes considera que a associação com o PT poderia alienar parte de seu eleitorado, principalmente aqueles que apoiam pautas mais conservadoras.
Os prefeitos veem a rejeição da aliança como uma estratégia para manter a governabilidade e evitar uma fragmentação do apoio político na cidade.
Em São Paulo, a situação é inversa: é o PT que hesita em se aliar a Guilherme Boulos (Psol). Há até um apoio discreto ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
A hesitação do PT em São Paulo reflete as complexidades das alianças políticas na maior cidade do país. O apoio discreto a Ricardo Nunes indica uma tentativa de manter opções abertas. Além disso, pode garantir um palanque forte nas eleições municipais, mesmo que isso implique alianças inusitadas.
Fonte: revistaoeste