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Economia

Turbulência na Petrobras impacta negativamente o Ibovespa, aponta economista

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O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores do Brasil (B3), registrou a maior queda entre 15 das principais bolsas mundiais até o fim de maio, em 2024. O estudo foi realizado pelo sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero, segundo o portal g1.

O declínio ocorreu no mesmo período em que a Petrobras passou por uma turbulência administrativa, amenizada, a princípio, com a posse da nova presidente, Magda Chambriard, no último dia 24. Para o economista Haroldo da Silva, assessor econômico com doutorado pela PUC-SP, essa oscilação na companhia contribuiu para a queda do desempenho da B3 nesses meses.

“O desepenho da B3 é muito correlacionado ao resultado de algumas empresas em particular, entre elas a Petrobras”, afirmou ele a . “Essa empresa teve mudanças em seu comando e parcela do ‘mercado’, especialmente agentes ligados o setor financeiro, desconfia de interferência política e do reaparecimento de problemas como ocorridos na Lava Jato, desvendados o modus operandi pela Vaza Jato. Isso revela parte do desempenho pífio do Ibovespa.”

Ele, entretanto, acredita que tal situação pode ser revertida.

“Mas prejuízo, de fato, não creio que exista”, ressaltou Silva. “A empresa continua sendo uma das maiores distribuidoras de dividendos. O peso da Petrobras ajudou nessa performance ruim. Claro que seria melhor voltarmos ao Ibovespa próximo dos 130 mil pontos, hoje, temos 122 mil.”

Desde o início do ano, uma série de desentendimentos vinha ocorrendo, entre o então presidente, o ex-senador Jean Paul Prates (PT) e o governo, representados pelos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa. A principal divergência teve como tema a destinação de dividendos aos acionistas em março deste ano.

Em abril último, por exemplo, os papéis da companhia operavam com queda de 1,28%, cotados a R$ 37,93. Isto depois de, em março, a Petrobras ter perdido R$ 55,3 bilhões em valor de mercado, depois de frustrar as expectativas em relação aos dividendos propostos, em meio à queda de braço entre a gestão da empresa e o governo.

No fim de maio, depois da coletiva de apresentação da nova presidente, as ações da Petrobras tiveram forte alta na B3, também impulsionadas pela valorização do petróleo Brent. Subiram 2,35% e chegaram a R$ 37,88.

Referência é o retorno em dólares

A queda acumulada da B3 até a quinta-feira 30 chegou a 14,82%, com base no retorno em dólares. A referência na moeda norte-americana é feita justamente para que haja uma similaridade entre todas as bolsas incluídas.

Pelo estudo, a bolsa brasileira teve pior desempenho tanto entre as principais bolsas da América Latina, que incluem México, Colômbia, Argentina, Peru e Chile, quanto entre os principais mercados do mundo, nos quais estão inseridos Estados Unidos (EUA), China, Japão, Alemanha, Inglaterra e França.

De acordo com informações obtidas pelo g1, as causas para esse desempenho inferior têm relação com taxas de juros nos EUA, altas para os padrões do país e com pouca perspectiva de baixarem em curto prazo. Para Haroldo da Silva, tal situação ocorre de fato.

Os momentos de incerteza pelos quais o mundo tem passado, segundo ele, levam os investidores a ativos considerados mais seguros, como o ouro e o dólar. Ambos, diz, subiram de preços e tornaram-se ativos de maior preferência. Atualmente, além do conflito na Ucrânia e no Oriente Médio, envolvendo Israel, uma nova “guerra fria”, segundo ele, foi reavivada, em função da disputa pelo mercado de chips entre China e EUA.

“Tudo isso leva ao aumento da incerteza”, analisa o economista.

Justamente em um momento no qual os juros norte-americanos estão altos para o padrão do país.

“Por fim, os EUA estão com uma taxa de inflação persistente, e isso tem impedido a redução dos juros por lá, o que impacta o mundo todo. Assim, creio que a tempestade perfeita está em curso, e os investidores tiram dinheiro da periferia (inclusive o Brasil) e levam para lugares mais seguros, como títulos.”

são os próprios juros altos (taxa Selic) impostos pelo Banco Central brasileiro até o momento.

A China também tem influência ao apresentar, nos últimos tempos, um desempenho econômico abaixo do esperado. Isto, em vários setores, como o do aço, contrapôs a elevada produção chinesa com a redução de consumo no país, o que aumentou a oferta e impactou em várias empresas pelo mundo, inclusive as brasileiras.

Isto, entretanto, é um fator de menor peso, segundo ele. A busca de opções para compensar os juros altos, tanto nos EUA quanto no Brasil, é mesmo o que mais tem influência direta nesse momento.

“O que está reduzindo os resultados da bolsa brasileira, principalmente, é a atratitivade do dólar e do ouro na atualidade.”

Fonte: revistaoeste

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