O governador Mauro Mendes (União Brasil) descartou, nessa quarta-feira (22), a possibilidade de recriar a Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo, a Secopa, em razão da escolha da Arena Pantanal para sediar jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2027.
“Errar uma vez é humano, duas é burrice”, disse o governador em conversa com a imprensa.
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A expectativa é que Cuiabá sedie ao menos quatro jogos da fase de grupos da competição internacional entre os meses de junho e de julho. Na escolha pelo Brasil, a Fifa levou em consideração que o país já tem os estádios prontos em razão de ter sediado a Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2014, o que diminuiria os gastos com a competição.
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O governador afirmou que, como todos os mato-grossenses, fica orgulhoso pelo estado ser um dos escolhidos para receber as partidas da competição, mas destacou que não é o momento para “megalomania”.
“É importante que nós façamos bonito, que não possamos cometer os mesmos erros do passado, que não tenhamos megalomania de achar que essas são oportunidades para mudar a história e fazer disso um grande fracasso histórico, como foram as chamadas obras da Copa, as sobras da Copa, que deixaram grandes sequelas e grandes prejuízos para o Brasil e para nós mato-grossenses, que fomos uma das subsedes”, afirmou.
Mauro ainda pontuou que o Governo do Estado tem suas prioridades bem delimitadas e que isso não pode ser alterado em razão do evento, mesmo com a importância que tem a Copa do Mundo.
“Vamos tratar isso com seriedade, humildade, com responsabilidade. Nós temos muitas prioridades no Mato Grosso inteiro e sediar aqui o jogo de uma Copa, seja ela qual for, não pode mudar as nossas prioridades. Isso pode ser algo complementar, é mais um desafio que vai ser agregado a tantos que o estado de Mato Grosso tem e que a Prefeitura de Cuiabá, espero que em novas mãos a partir de 2025, também possa cumprir o seu papel”, concluiu.
A Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo, conhecida como Secopa, foi criada em 2011 pelo então governador Silval Barbosa. O objetivo era coordenar o andamento das obras de infraestrutura necessárias para receber o evento, assim como fortalecer os atrativos turísticos do estado.
Na prática, a pasta se tornou a oportunidade para que políticos corruptos fizessem a festa com fraude em licitações mediante recebimento de propina. Em 2015, o ex-secretário responsável pela pasta, Éder Moraes, admitiu ao Ministério Público de Mato Grosso que recebeu o equivalente a R$ 45,3 milhões à época da empresa responsável por fornecer os vagões do VLT.
Em outra oportunidade, em 2017, o ex-governador Silval Barbosa chegou a confessar à Polícia Federal que teria recebido propina de R$ 18 milhões das empresas que faziam parte do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande. O dinheiro seria utilizado para pagar dívidas da campanha eleitoral de 2010, contraídas por empresários ligados ao seu grupo político.
Fonte: reportermt.com