A (PF) irá investigar a propagação de fake news e desinformação sobre a situação das enchentes no Rio Grande do Sul. A apuração foi um pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Até o início da tarde desta quarta-feira, 8, as fortes chuvas já deixaram cem mortos, 372 feridos e 128 desaparecidos.
Lewandowski encaminhou a demanda à PF depois de ter nesta terça-feira, 7. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, enviou o documento apontando 14 postagens que teriam propagado fake news e desinformação sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.
“A apuração vai buscar narrativas desinformativas e criminosas”, declarou o MJSP. A pasta afirmou que serão avaliados os conteúdos “vinculados às enchentes e aos desastres ambientais ocorridos no Rio Grande do Sul. Destacam-se sua relevância e seu impacto no aprofundamento da crise social vivida pela população”.
O órgão vai apurar os 14 casos listados e enviados por Pimenta. Entre eles estão postagens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), do senador Cleitinho (Republicanos-MG) e do influenciador Pablo Marçal.
“Os conteúdos afirmam, por exemplo, que o Governo Federal não estaria ajudando a população, que a Força Aérea Brasileira (FAB) não teria agilidade e que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estariam impedindo a chegada dos caminhões de auxílio”, justificou.
Declarou que a propagação das desinformações diminui a “confiança” nas ações do Estado. “Prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos”, informou o MJSP.
Por fim, o ministério afirmou que vai acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) e órgãos competentes. O objetivo é “proteger a integridade e a eficácia das instituições federais, estaduais e municipais frente a tais crises.”
Também na terça-feira 7, o ministro Paulo Pimenta teve um áudio vazado em que fala que é preciso “botar para foder” com fake news. A declaração foi dada durante reunião na sala de situação, montada para coordenar ações relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul.
O chefe da Secom conversava com um interlocutor. “Tem uma coisa importante para ti no início da reunião. Botar pra foder com eles”, declarou. Ao passo que a pessoa responde: “Prender”. O titular da Secom ainda acrescenta que é “mandar prender”, porque “não aguento mais fake news”.
Pouco tempo depois, a Secom informou que Pimenta solicitou a Lewandowski, por meio de ofício, a “apuração de ilícitos, individualização de condutas e responsabilização de pessoas propagando fake news.”
Citou no documento post do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que “criticou a ajuda do Governo Federal ao Rio Grande do Sul, ao mencionar que o governo levou quatro dias para enviar reforços à região”.
Também é listado um vídeo do influenciador Pablo Marçal, o qual afirma que o governo do Rio Grande do Sul estaria barrando caminhão com doações por falta de nota fiscal —informação desmentida pelo órgão.
O vídeo chegou a ser repostado pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG). “Cleitinho reafirma que a Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul estaria barrando doações por falta de nota fiscal e os manda ao “quinto dos infernos”. O senador, ainda, pede ao final que quem concorde com ele compartilhe seu vídeo com o Brasil inteiro”, declarou o ofício.
Fonte: revistaoeste