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Política

Janaína Riva recua e afirma que não irá disputar a presidência da Mesa Diretora da Assembleia

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A deputada estadual Janaína Riva (MDB), a mais votada nas eleições de 2 de outubro, disse nesta segunda-feira (17) que não irá disputar a presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2023-2024, cuja legislatura inicia em fevereiro do próximo ano. Segundo ela, a baixa renovação do parlamento a deixa praticamente sem chances, já que devem repetir a dobradinha para os dois principais cargos o atual presidente Eduardo Botelho (União) e o primeiro-secretário Max Russi (PSB).

“Desta vez, não. Eu esperava uma renovação maior, eu achava que teria oportunidade se tivesse renovado mais, mas com a composição se mantendo e o Botelho permanecendo como candidato a presidente da Assembleia, acho muito difícil um cenário do que tem lá”, disse a deputada, que é a única mulher no parlamento e obteve 82.124 votos.

A renovação na ALMT na eleição de 2 de outubro foi de apenas 25%. Dos atuais 24 deputados estaduais, 18 foram reeleitos, com seis novos parlamentares: Fábio Tardin (PSB), o Fabinho, vereador e presidente da Câmara de Várzea Grande, Alberto Machado (PSB), o Beto Dois a Um, ex-secretário estadual de Cultura, Esporte e Lazer; Juca do Guaraná Filho (MDB), presidente da Câmara de Cuiabá; e o ex-governador Júlio Campos (União).

Contribuiu para a decisão de Janaína um certo desgaste dela junto a seus pares. De acordo com informações dos bastidores da Assembleia, ela não teria medido as “consequências” de sua atuação para obter os mais de 82 mil votos, “atropelando” alguns colegas em suas bases eleitorais. Isso somado ao fato que não teria tido a aprovação de seu nome junto ao governador Mauro Mendes, que é do União Brasil, o mesmo partido de Botelho. Para alguns dos deputados veteranos, o sobrenome Riva também não seria o mais apropriado para ocupar o mais alto posto na Mesa.

Diante desse quadro, Janaína é categórica: só entraria na disputa se tivesse reais condições de vencer, com o apoio dos demais colegas parlamentares, o que parece ser inviável.

“Eu sempre disse: candidata para perder, ninguém quer ser. Então, é logico que eu gostaria muito de ver a mudança já falei pra ele [Botelho] várias vezes. É uma pena, porque fazer uma votação como a que eu fiz, a única mulher, 82 mil votos. Eu falei hoje pra ele: acho que vou sair da Assembleia sem passar pela presidência, e pela primeira-secretaria, porque não renova”, afirmou.

Janaína disse, ainda, que se os deputados pensassem diferente, seria positivo, mas ela acha difícil que a situação mude.

“Enquanto isso não for do entendimento de todos os deputados, a coisa não vai rodar e não vai acontecer. E isso não é só eu, é eu e mais 21. Não teremos a oportunidade de passar por lá [presidência]. Então, provavelmente os dois [Botelho e Max] devem repetir a dobradinha e talvez até na próxima de novo”, disse a deputada.

Janaína chamou atenção também para a baixa representatividade feminina na Assembleia de Mato Grosso, que foi, inclusive, assunto do jornal paulista Estadão.

“Saiu até uma manchete no Estadão e citava Mato Grosso como o Estado com menor representatividade no País, que não chega a 5 por cento a representatividade feminina aqui dentro da Assembleia. A gente teve um crescimento na Câmara Federal: tínhamos uma e agora temos duas: a coronel Fernanda [PL] e a Amália Barros [PL]. E teríamos a Rosa Neide [PT], se tivesse alcançado o quociente, seria um número grandioso de três mulheres [dos 8 deputados federais de Mato Grosso]”.

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