Na semana passada falamos do valor da atividade física como auxiliar no tratamento dos transtornos mentais, utilizando, principalmente um neurotransmissor conhecido como endorfina. Hoje é a vez da música, que vai nesse mesmo caminho e assim como a atividade física, também está respaldada por meio de comprovação científica.
A melodia, de alguma forma, age como modulatória funcional das células nervosas e, consequentemente, do equilíbrio mental, com a liberação principalmente de dois neurotransmissores, conhecidos como hormônios da felicidade — dopamina e ocitocina.
A música faz parte de nossas vidas desde que nascemos, talvez até antes. Quando pequeninos, as canções de ninar nos faziam adormecer ou pelo menos relaxar e hoje fazem parte da nossa memória do prazer, unem-nos ao aconchego dos pais, à voz que nos parecia melodiosa do adulto que nos carregava ao colo, à proteção e ao carinho que recebíamos na infância.
A música desperta em nós respostas psíquicas e motoras, sorrimos, choramos, mexemos o corpo todo ou parte dele, transportamos nosso pensamento, muitas vezes além do oceano. A música chega a monopolizar nossa atenção e aliviar o estresse, permitindo-nos uma pausa para acumular forças e enfrentá-lo.
Por isso se chegou à musicoterapia para auxiliar no tratamento de enfermidades como ansiedade e depressão e até em doenças neurodegenerativas como o Mal de Parkinson a Doença de Alzheimer. Como antes já dito, ela age na liberação de dopamina cerebral, que é o hormônio do prazer, juntamente com a ocitocina, a exemplo do que acontece com as drogas de abuso, porém sem a nocividade destas.
A música diminui o tédio, controla o humor e melhora a concentração. É claro que a altura do som deve ser agradável ao ouvido, nada alto demais. Músicas suaves relaxam e diminuem a ansiedade, enquanto músicas mais animadas e positivas podem reduzir sintomas depressivos.
As melodias têm o poder de mobilizar mente e corpo, auxiliando, inclusive, na diminuição do sedentarismo. Ouvimos, cantamos e nos mexemos e assim trabalhamos diferentes e diversas áreas cerebrais, harmonizamos umas com as outras, conectamos passado e presente, relaxamos e, quando adormecemos com a música, geralmente sonhamos com aquilo que ela, de alguma forma, nos trouxe enquanto a escutávamos.
É importante saber que há algo interessante em relação à música, é que o valor sentimental que damos a ela mostra a diferença que temos uns em relação a outros. A música que me agrada, aquela que me toca a alma, pode não ser a preferida por outra pessoa. É óbvio que uma música agitada não vai ajudar a melhorar a ansiedade de ninguém, mas há diferentes estilos de músicas suaves e essas diferenças vão satisfazer as diversas personalidades.
Há evidências de que a música, ao diminuir o estresse, melhora o comportamento alimentar, fazendo que a pessoa coma mais lentamente e que experimente a saciedade mais cedo, evitando comer compulsivamente, o que favorece a perda de peso. Para isso contribui o ritmo musical no favorecimento de maior esforço na realização das atividades físicas.
A melodia também diminui o cortisol, que é o hormônio do estresse, o que ajuda no controle da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.
Uma das principais funções da música é a promoção da felicidade, seja para a pessoa, isoladamente, acompanhada apenas de seus sentimentos, ou junto a parentes e amigos. Tem a música, portanto, uma função de solitude e de socialização. A junção de amigos e música é algo que existe desde a antiguidade e de grande importância para a saúde mental.
Nada melhor do que ouvir uma música suave depois de um dia cansativo de trabalho. Isso costuma nos fazer ir para a cama mais relaxados, o que facilita uma boa noite de sono. Hoje ao deitar-se, lembre-se das palavras deste pequeno texto, escute aquela canção suave de sua preferência e boa noite!
Fonte: primeirapagina