Quando Ayrton Senna da Silva faleceu ao bater forte no muro que fica na curva conhecida como Tamburello, no circuito italiano de Ímola, na Itália, em 1º de maio de 1994, lembro que estava em casa e ouvi o filho do vizinho da frente comentar sobre o acidente, o que me fez logo ligar a TV. Isso já faz 30 anos, quando o tricampeão mundial de Fórmula 1 se foi, mas deixou um legado grande, entre quais alguns carros que ele dirigiu fora das pistas e que ficaram ligados à sua imagem.
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Ao contrário do que se pode imaginar, não são apenas supercarros ou modelos caríssimos como o McLaren Senna, mas meras versões com apelo esportivo de carros fabricados no Brasil, como a primeira leva do Ford Escort XR3, de 1984, ou o Fiat Tempra 16V, com o qual voltou aos boxes de Interlagos depois da vitória histórica de 1993.
1 – Honda NSX, de 1991
O desenvolvimento do superesportivo da marca japonesa teve ajuda de Senna. Não por acaso, às vésperas dos 30 anos do seu falecimento, um dos três exemplares que Ayrton usava, pintado de vermelho, foi colocado à venda no site inglês Auto Trader pelo equivalente a R$ 3,2 milhões. Entre as principais características marcantes do NSX está o motor V6, 3.0, aspirado, com comandos de válvulas com três ressaltos do sistema VTEC.
O carro também tem boa área envidraçada para um esportivo do gênero e uma ergonomia exemplar para um modelo do inicio do anos 90. Depois dessa primeira geração, vieram outras. A Honda chegou a cogitar trazer a última ao Brasil antes da pandemia. Mas os planos acabaram indo por água abaixo. O sucessor do NSX será um carro 100% elétrico com o novo logo da marca japonesa.
2 – Fiat Tempra 16V, de 1993
O sedã equipado com motor 2.0 de 16 válvulas era uma novidade quando Senna ficou pendurado na porta dianteira, do lado do passageiro, com a bandeira brasileira em uma das mãos, ao comemorar sua segunda vitória no Brasil, em 1993, com um McLaren de motor Ford, de uma especificação abaixo do que vinha nos carros da Benneton, projetado por Ross Brawn e com os pilotos Michael Schumacher e Ricardo Patrese.
Esse Tempra acabou virando um mistério depois da prova histórica, em Interlagos, em 1993. O que se sabe até hoje é que foi encontrado em um desmanche, em São Roque (SP). Depois, foi reformado, mas ainda há dúvidas de que o modelo que passou por restauração é o mesmo carro em que Senna foi levado até os boxes. De qualquer forma, o modelo da Fiat é outro que remete ao legado de Ayrton.
3 – Mercedes 190 E, de 1984
A Mercedes-Benz fez uma bela jogada de marketing ao promover a Corrida dos Campeões, em junho de 1984, no lendário circuito de Nurburgring, na Alemanha, também conhecido como “Inferno Verde”. E mesmo com veteranos e grandes campeões na pista, entre os quais o então tricampeão mundial de Fórmula 1, Niki Lauda, o novato Ayrton Senna acabou sendo o vencedor da prova.
O sedã vem com o cobiçado motor 2.3 16V preparado com ajuda da Cosworth, que também trabalhou nos motores Ford da principal categoria di automobilismo mundial. Tem um discreto aerofólio na traseira e outros itens exclusivos com os mostradores adicionais no console central e bancos com apoios mais largos.
4 – Ford Escort XR3, de 1984
Depois que Senna foi campeão da Fórmula Ford 1.600 na Europa, em 1981, passou a ter uma boa ligação com a marca. Então, quando estava prestes a entrar na Fórmula 1, três anos depois, chegou a aparecer em alguns anúncios da fabricante no Brasil, além de posar ao lado da grande novidade da época no país, o Escort XR3.
A versão veio um anos depois das demais, com itens que nunca tinham sido vistos em carros nacionais da época, como modernas rodas de aro 14 com pneus radiais de perfil 60, bem como um nada discreto aerofólio na traseira, faróis auxiliares de milha e de neblina, check control, teto solar e motor 1.6 CHT Fórmula, com carburador de corpo duplo, comando de válvulas mais esportivo, entre outros itens.
5 – Audi S4, de 1993
Um dos principais passatempos de Ayrton Senna e ficar em sua fazenda, em Tatuí (SP) se distraindo com aeromodelismo. E para transportar os pequenos aviões usava uma perua Audi S4, versão esportiva que tem motor 4.2 V8 de 280 cv e câmbio manual, algo raro para um carro deste porte.
A perua alemã é uma verdadeira relíquia, com apenas 5 mil quilômetros rodados. Participou de alguns eventos e a placa BSS vem de “Beco Senna da Silva”, que era o apelido que Senna tinha na família. Tem faróis com lâmpadas de xenônio, que precisavam contar com lavadores de alta pressão embutidos no para-choque dianteiro.
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Fonte: autoo