O político mato-grossense, Dante de Oliveira (que morreu em 2006), foi homenageado durante sessão solene realizada na tarde desta sexta-feira (26) no Senado Federal, em Brasília, durante celebração aos 40 anos do movimento “Diretas Já”.
Dante de Oliveira marcou a história política do país ao ser o deputado federal proponente da Emenda Constitucional das “Diretas Já”, depois de o país passar duas décadas em abstinência eleitoral por imposição da Ditadura Militar. Veja o vídeo abaixo:
Durante a sessão, Thelma de Oliveira, ex-deputada federal por Mato Grosso e viúva de Dante, destacou comícios em prol das “Diretas Já” realizados em Cuiabá e reforçou a importância do maior movimento político do país.
“Era um movimento de esperança e que a gente possa fazer disso um exemplo para o momento em que vivemos de tanta polarização política. O legado de Dante vive até hoje em todos que lutam por um país mais justo e democrático”, disse Thelma.
Parlamentares mato-grossenses participaram da solenidade. O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), que foi secretário de estado na gestão de governador de Dante, atribuiu ao ex-político, a fórmula da Democracia.
“Com ele eu aprendi que democracia é procurar dentro de nós onde nós erramos. E eu termino a minha fala mais uma vez dizendo: respeito! O país precisa de mais respeito. Dante foi pra mim um líder político, foi um amigo e um irmão”, destacou Avallone.
A sessão solene foi conduzida pelo senador por Mato Grosso, Wellington Fagundes (PL) e teve ainda a participação do ex-senador por Mato Grosso, Antero Paes de Barros. “Hoje é um dia de reverenciar a democracia e colocar que a democracia é sempre, e a ditadura nunca mais”.
Também participou o senador Chico Rodrigues (PSB-RR) e o ex-senador, Valdir Rappu de Rondônia. Também participaram o deputado estadual Wilson Santos (PSD) e Leonardo de Oliveira, do Instituto Dante de Oliveira.
Papel importante na redemocratização do Brasil
A emenda proposta por Dante pretendia devolver ao povo brasileiro o direito de votar e eleger a presidência da república. O Brasil já estava há 23 anos sem realizar uma eleição à presidência, em razão da Ditadura Militar.
A propositura não foi aprovada na Câmara. Em votação histórica no dia 25 de abril, a emenda obteve 298 votos, 22 a menos que os 320 necessários para atingir o quórum de dois terços e ser encaminhada ao Senado.
Mas daí em diante, a opinião popular já estava formada. Dante foi responsável pelo maior movimento político popular da história do país: A redemocratização. Centenas de milhares de pessoas passaram a ir às ruas pedir por eleições diretas.
Foi neste contexto que surgiram alguns dos principais líderes da política nacional, como Ulysses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Tancredo Neves, Leonel Brizola e o atual presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva.
O mineiro Tancredo Neves foi conduzido à presidência em 1985, mas não chegou a exercer o cargo, pois faleceu na véspera da posse. Quem assumiu foi José Sarney. As eleições só foram reestabelecidas após a Constituinte de 1988. O primeiro presidente eleito diretamente pelo povo brasileiro foi Fernando Collor de Mello, em 1989. Em 1992, ele renunciou enquanto respondia a um processo de impeachment aprovado pelo Senado.
“A primavera de Dante”
Dante de Oliveira morreu aos 54 anos, em Cuiabá, vítima de uma infecção generalizada, durante o tratamento de uma pneumonia. O óbito foi em 2006. A história de vida e morte do ex-governador e ex-deputado federal foi retratada em um documentário lançado em fevereiro de 2024.
O filme resgata a trajetória do cuiabano que se tornou ícone nacional da luta pela democracia e pelos direitos sociais.
O média-metragem “A primavera de Dante”, resgata a vida e a obra do democrata e o trabalho incansável do líder estudantil, parlamentar estadual e federal, ministro da Reforma Agrária, prefeito de Cuiabá e governador de Mato Grosso.
Fonte: primeirapagina
