A Índia deu início nesta sexta-feira, 19, à maior eleição do mundo. O atual primeiro-ministro, Narendra Modi, deve garantir sua reeleição para o terceiro mandato à frente da nação mais populosa do planeta.
O pleito será realizado em sete fases, e os resultados devem ser anunciados apenas no começo do mês de junho. Modi é favorito para dar continuidade a sua autocracia, que vem sendo cultivada desde 2014. Todas as pesquisas indicam a permanência dele no controle da , parte do Parlamento da Índia.
O governo de Modi é marcado pela supremacia hindu sobre praticantes de outras religiões, como cristãos e islâmicos. Estupros de cristãs, por exemplo, foram denunciados pela imprensa internacional no decorrer dos últimos meses.
Quando chegou ao maior cargo do Parlamento indiano, Modi utilizou órgãos federais para prender figuras críticas e membros da oposição. Ele também obrigou a exclusão de perfis e posts das redes sociais, além de perseguir a imprensa.
Em 2002, quando ainda era ministro-chefe do Estado de Gujarat, diversos tumultos locais resultaram na morte de mais de mil muçulmanos. Três anos depois desse massacre, os Estados Unidos proibiram a entrada de Modi no país. O veto, no entanto, foi derrubado quando ele assumiu o cargo de primeiro-ministro da Índia.
“Jornalistas críticos ao governo e ao Partido do Povo Indiano (BJP) foram presos, assediados e vigiados em retaliação pelo seu trabalho”, afirmou o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), antes de uma viagem do primeiro-ministro aos EUA no ano passado.
A perseguição à imprensa também é constante. Em fevereiro de 2023, o governo mobilizou uma operação aos escritórios da BBC em Nova Délhi e Mumbai. Tempos antes, a gestão de Modi havia censurado um documentário da emissora britânica sobre o primeiro-ministro.
Gabriel de Souza é estagiário da Revista em São Paulo. Sob a supervisão de Anderson Scardoelli
Fonte: revistaoeste