Esses dias, na mesa de reunião de um cliente, estávamos discutindo como as ações de sustentabilidade deveriam estar no escopo do planejamento de inovação e tecnologia da empresa. Por muito tempo, os dois temas – inovação e sustentabilidade – ficaram desassociados um do outro, mas o mundo passa por um momento no qual desenvolvimento econômico, tecnológico, impacto social e sustentabilidade precisam ser tratados como prioridade na estratégia global das empresas.
Como fazer isso? Como integrar ações e preocupações de áreas diferentes?
Não há dúvidas que quanto mais a tecnologia impacta a sociedade, com mudança de comportamento, com a entrada de novos produtos e serviços, mais há necessidade de uma visão multisetorial para a construção de negócios sólidos para o futuro, e de promover conexões potentes. De gerar movimentos de integração e colaboração entre os setores, para se manter atualizado em um mundo complexo e veloz.
O desenvolvimento tecnológico não está diretamente ligado à sustentabilidade, ao contrário. Historicamente, o sistema capitalista que estimulou a atividade industrial e tecnológica é indicado como causa dos problemas socioambientais da atualidade.
Os períodos das Revoluções Industriais, (fim do século XVIII e início do século XX) contavam com abundância de recursos, não havia preocupação com a exaustão e fim desses recursos. A análise da cadeia produtiva como um todo, avaliando os níveis de poluição, desmatamento etc. são questões atuais para os países. É desse momento na história a urgência de encontrar maneiras de o capitalismo ampliar a rentabilidade e, ao mesmo tempo, compensar e repor constantemente o capital natural despendido na atividade produtiva.
Aqui surgem os conceitos de Ecoinovação, de Tecnologia Verde, Economia de Baixo Carbono e, principalmente, Desenvolvimento Sustentável.
As inovações, hoje, têm se centrado na criação de um futuro mais verde para o nosso planeta, mas essa não é uma tarefa fácil. Governos, empresas, setor industrial e big techs precisam se unir para buscar soluções práticas, ao mesmo tempo que setores, departamentos, profissionais precisam entender que trabalhar de forma integrada é uma das únicas maneiras de avançar.
Isso tem que estar na pauta dos CEOs, assim como precisa estar nas nossas ações como consumidores.
O Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Como todo comportamento “novo”, começa pelas grandes corporações, demanda esforço e tempo para se popularizar e tem um custo mais alto. Ao escolher pagar mais por um produto menos poluente, o consumidor se torna parte do processo.
Ao longo do tempo, como tudo, as soluções se tornam mais democráticas, mais disponíveis e mais baratas. É um processo. E como todo processo, cada um precisa fazer a sua parte para que funcione.
Então, sim, as ações de sustentabilidade precisam estar no escopo do planejamento de inovação e tecnologia. E a inovação precisa ser estratégia global e de longo prazo de todas as empresas. Fator fundamental para se manter competitivo em qualquer mercado.
Fonte: gazzconecta