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A Primeira Profecia: Descubra o Clássico Original

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Um dos filmes de 2024 mais esperados pelos fãs de terror, enfim, chegou aos cinemas. “A Primeira Profecia” (The First Omen) narra os fatos acontecidos antes do clássico de 1976, “A Profecia” (The Omen).

a profecia
Harvey Stephens, O Damien Original, De 1976, Lança Seu Olhar De Filho Do Demônio Para A Audiência. Vai Encarar?

Depois que “O Exorcista: o Devoto” jogou no lixo a chance de mostrar às novas gerações o poder do medo do melhor filme sobre o demônio de todos os tempos, ficamos com um pé atrás com qualquer produção que queira surfar no sucesso do passado.

Mas a diretora Arkasha Stevenson que assina também o roteiro com Tim Smith e Keith Thomas, honrou a responsabilidade que lhe foi incumbida e enche a internet de críticas positivas sobre o filme.

Confesso que fiquei com medo com a escalação de Arkasha. Foi ela a diretora de uma série maluca da Netflix chamada Vingança Sabor Cereja que, na minha opinião, começou muito bem com cenas chocantes e um visual maravilhoso e que se arrastou para caminhos absurdos demais até pra mim.

Porém, justiça seja feita, a minissérie é elogiada. Então, vale a pena conferir para tirarem suas conclusões.
Até porque, o trabalho mais recente dela mostra que a diretora é muito inteligente. Ela guardou a atmosfera de suspense dos anos 70, porém, manteve em mente que a tecnologia evoluiu muito de lá pra cá.

Os efeitos visuais deram um salto gigantesco. Não faria sentido não usá-los. E o body horror, aquele subgênero que explora as transformações do corpo, foi o escolhido. Afinal, não é segredo pra ninguém que alguém vai dar à luz o filho do capiroto.

E não dá pra conceber um parto bonitinho sobre isso, né?

Vamos à história: Margaret, uma jovem noviça norte-americana é enviada a Roma para trabalhar num orfanato. Lá, ela acaba envolvida numa trama sinistra dos religiosos para aumentarem a fé das pessoas utilizando o medo. Pois é, e o que é mais temido nesse mundo de idolatria que o anticristo? Um anticristinho com o maior poder da face da Terra: o político.

Pois bem. É aí que entra a importância de se conhecer o original para embarcar na deliciosa trama que envolve essa primeira profecia.

Na obra de 1976, Robert Thorn (Gregory Peck – aquele da música “Flagra” da Rita Lee “Se a Débora kerr que o Gregory Peck”, sensacional!) é um diplomata a serviços dos Estados Unidos em Roma. No dia 6 do mês 6 ele fica sabendo que o filho tão desejado morreu no parto. Que agonia lidar com a situação e ter de falar para a mulher do ocorrido.

Inconsolado no hospital – administrado por padres e freiras – ele recebe uma proposta dos religiosos.

Uma mulher deu à luz um menino às 6h – 6h da manhã, dia 6, mês 6 – e morreu. Robert faria um favor à criança se a adotasse sem precisar qualquer burocracia. Uma troca: um bebê saudável pelo seu natimorto.
Quem pensou que não faria o mesmo que atire a primeira pedra.

Damien, um menino lindo e com um olhar desgraçadamente assustador, acaba indo morar na mansão dos Thorn. Promovido a embaixador da Grã-Bretanha, a família se muda para Londres. Todos realizados e felizes.

Até a festa de cinco anos do menino.

Aliás, uma baita festa.

Que teve um penetra. Uma rottweiler que faz qualquer um querer correr pra longe dele aparece e com um único olhar faz a babá de Damien correr para o andar mais alta da casa e gritar para todos que o sacrifício era para o menino.

Com todos olhando, ela se joga com uma corda presa ao pescoço.

É o início de uma série de assassinatos que visam proteger a criança a todo o custo.

Não importa de quem.

Um padre tenta avisar Robert sobre um presságio. Algo ruim vai acontecer.

Cirando passagens bíblicas ele deixa o homem com a pulga atrás da orelha.

Um fotógrafo que estava no aniversário se junta ao embaixador para tentar descobrir se o padre fala a verdade sobre Damien.

Ele descobre marcas estranhas nas fotos que tirou das vítimas. Como se fosse um presságio (Omen) do que aconteceria com elas.

O plano de um grupo de seguidores do capirotinho é fazer do menino herdeiro da fortuna e do prestígio do pai adotivo para que triunfe no meio político.

Afinal, ficar assustando pessoas individualmente não leva ninguém ao trono do mal. Agora, ser capaz de destruir a vida de milhares, milhões de pessoas com decisões sustentadas à base de propinas e ofertas de poder, isso sim, faz a fama do mal.

Se consideramos uns caras que estão no poder mundo afora, podemos até pensar que A Profecia não se trata de mera ficção.

Voltando para os filmes, se Arkasha Stevenson mostrou competência na obra de 2024, Richard Donner esbanjou talento na direção de A Profecia.

A cenas são muito bem conduzidas. Convincentes e devidamente trilhadas pela música do mestre Jerry Goldsmith (de Rambo e Jornada nas Estrelas).

Donner, que morreu em 2021, é também o responsável por Superman, O Feitiço de Áquila, Os Goonies e Máquina Mortífera, um craque das telonas.

Ele conseguiu criar o suspense ideal.

Cenas como a do padre no parque e a dos homens no cemitério são fantásticas. Assustadoras usando apenas vento e técnicas de iluminação.

Donner, também fez de Robert Thorn — um homem decidido acostumado a tratar assuntos delicados com chefes de governo — um sujeito inseguro vendo seu mundo desabar graças a uma teoria maluca de que teria adotado o filho de Lúcifer.

Imagine a cabeça do coitado: tem de matar o filho que tanto ama.

Que situação do inferno! Literalmente.

Eu assisti ao filme quando criança e voltei a ver para escrever a coluna.

A mesma sensação que tive anos atrás – décadas atrás pra ser um pouco mais preciso – foi a que a película me passou na época.

Por isso é um clássico. Resistiu ao tempo.

E que bom que vai ser revisitada ou visitada pela primeira vez após “A Primeira Profecia”. Filme que preenche as lacunas deixadas pelo filme anterior. Principalmente, sobre o parto maldito.

Que essa nova adaptação seja o presságio de que heresias como “O Exorcista – O Devoto” nunca mais serão cometidas.

Em tempo: existem sequências de A Profecia e uma refilmagem de 2006.

Ao se deparar com elas nos streamings, faça como o diabo quando vê a cruz.

Fuja!

Fonte: primeirapagina

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