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Política

Esquerda brasileira elogia proposta de ‘voto impresso’ para auditoria na Venezuela

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Em 2021, parlamentares de esquerda votaram contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 135/19, que tornaria o voto impresso obrigatório no país. Representando o Psol, a deputada federal Fernanda Melchionna (RS) afirmou, à época, que o método seria “um retrocesso”. Petistas diziam que esse seria um mecanismo do então presidente Jair Bolsonaro para “tumultuar as eleições”. Agora, congressistas da esquerda defendem o voto impresso na Venezuela como forma de “checagem” do pleito.

Na última terça-feira, 2, políticos, organizações e militantes de esquerda do Brasil se uniram em um em apoio à votação para a Presidência da República da Venezuela, o que chamam de “processo eleitoral”.

Pelo lado do PT, quatro deputados federais assinam a carta, que elogia o fato de a Venezuela contar com sistema de “voto impresso para checagem”: Airton Faleiro (PA), Dionilson Marcon (RS), Nilto Tatto (SP) e Valmir Assunção (BA). Além deles, três petistas deputados estaduais são signatários do documento: João (SE), Marina do MST (RJ), Messias (CE) e Rosa Amorim (PE). O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) completa a lista de políticos com mandatos que apoiam o formato atual adotado pela ditadura venezuelana em seu sistema eleitoral.

O pleito ocorre em 28 de julho, e o candidato mais forte é o ditador Nicolás Maduro. Além dele, os únicos concorrentes são políticos alinhados ao regime ditatorial ou de uma “oposição de aparência”, de acordo com o cientista político venezuelan. 

Apesar de o ditador ter provocado no país violações dos , perseguição, colapso da economia, miséria, fome e 7,7 milhões de refugiados, segundo as Nações Unidas, o atual governo venezuelano tem a simpatia de representantes da esquerda brasileira. 

Na carta em apoio ao governo de Maduro, deputados, instituições e militantes ressaltam uma informação curiosa: “A Venezuela tem um sistema eleitoral democrático, que usa urnas eletrônicas e que tem também voto impresso, para checagem.”

Ironicamente, em 2021, a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o voto impresso porque, por meio dele, seria possível “auditar a contagem”. Para os petistas, esse argumento uma “mentira”. 

Líder da minoria em 2021, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) também disse à PT que uma eventual contagem dos votos impressos tornaria as eleições ainda mais inseguras. Chinaglia integrou a comissão especial que analisou a PEC 135/19.

Além dele, o deputado Odair Cunha (PT-MG) reiterou que a proposta de impressão trazia mais insegurança ao sistema eleitoral, porque traria de “a possibilidade de manipulação física dos votos”. “O grande avanço do voto eletrônico no Brasil foi exatamente retirar a manipulação feita por milhares de pessoas que contavam manualmente os votos.”

Nicolas Maduro
Nicolás Maduro defende lisura do seu ‘sistema eleitoral’ |: Reprodução/@Mincyt_VE

No início desta semana, o ditador da Venezuela, , afirmou que seu país “tem o sistema eleitoral mais confiável, transparente e auditado do mundo”. A declaração ocorreu no programa Con Maduro+, transmitido pela TV estatal venezuelana, na segunda-feira 1º.

Fonte: revistaoeste

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