Via @portalg1 | Uma advogada de Rondônia utilizou as redes sociais para expor propostas de acordo que recebeu da Azul Linhas Aéreas em processos por danos morais e materiais. Após ser condenada em R$ 8 mil e R$ 7 mil, a empresa enviou uma proposta de acordo oferecendo R$ 0,01 (um centavo) para finalizar os processos.
As ações foram movidas por Cintia Venancio Marcolan em favor de duas clientes que são irmãs. Elas faziam um curso de pós-graduação on-line e uma vez por mês precisavam viajar até São Paulo para realizar avaliações práticas do curso.
No fim de semana, as mulheres pretendiam fazer o trajeto entre Porto Velho e São Paulo, onde fariam uma avaliação, mas o voo foi cancelado pela Azul quando ambas já estavam na sala de embarque.
“Elas não poderiam perder o curso, pois caso faltassem, não conseguiriam concluir o módulo. A Azul não as realocou em nenhum outro voo, não forneceu voucher, nem qualquer tipo de compensação. Informaram que o próximo voo disponível seria apenas na segunda-feira, enquanto a prova estava marcada para o sábado”, relembra a advogada.
Para não perderem a avaliação, as irmãs compraram passagens imediatas em outras companhias aéreas. Cada passagem custou, em média, R$ 3 mil.
Segundo Cintia, a Azul foi condenada nas duas ações movidas, uma para cada irmã. As sentenças estabeleceram pagamento de indenização por danos morais e materiais para ambas. Uma deveria receber R$ 8 mil e a outra R$ 7 mil.
Poucos dias após a sentença, Cintia recebeu e-mail e mensagens de texto no telefone de acordos oferecidos pela Azul Linhas Aéreas. As mensagens dizem:
“Estamos em campanha de acordo e neste momento, temos uma excelente proposta válida para o processo [número do processo]”.
Em seguida, a proposta: R$ 0,01 com prazo de 20 dias úteis para pagamento.
Proposta de R$ 0,01 enviada pela Azul para Cintia Venancio — Foto: Arquivo Pessoal
“No primeiro momento eu pensei: ‘deve ser algum erro material da empresa’. Só que depois: eles fizeram uma proposta inicial de um centavo, depois da sentença, aí depois foi para R$ 3 mil e depois para R$ 5 mil. Então eu já não sei mais se foi um erro material deles ou se foi realmente má fé”, comenta a advogada.
Procurada pelo g1, a Azul Linhas Aéreas alega que houve uma falha no sistema que realiza o envio de mensagens e, por isso, algumas propostas de acordos de processos judiciais foram enviadas incorretamente.
A empresa aponta ainda que entrou em contato com os autores e seus representantes logo que o problema foi detectado, fazendo a retificação.
Por Jaíne Quele Cruz, g1 RO
Fonte: @portalg1