O presidente Lula disse, nesta quinta-feira, 28, que é “grave” o fato de a candidata Corina Yoris, da direita, não ter conseguido se inscrever na disputa pela Presidência contra o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse, durante coletiva de imprensa depois de recepcionar o presidente da França, Emmanuel Macron. “Não foi proibida pela Justiça. Parece-me que ela se dirigiu até o lugar e tentou acesso ao computador do local, ma não conseguiu entrar. Então, foi uma coisa que causou prejuízo.”
Trata-se da primeira vez que o petista sobe o tom, publicamente, sobre a eleição na Venezuela. Na terça-feira 26, o governo brasileiro informou que “acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela”.
A ditadura rebateu a diplomacia brasileira ao acusar o Itamaraty de fazer “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”. Além disso, o regime chavista disse repudiar “a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
Ao mesmo tempo que opinou negativamente sobre o processo eleitoral na Venezuela, o petista voltou a minimizar o fato de a ex-deputada María Corina Machado ter sido proibida pelo “TSE” da Venezuela de concorrer à Presidência. “O fato de uma candidata não poder disputar a eleição não era um agravante”, disse. “Aqui, no Brasil, eu fui proibido de disputar, quando era líder em todas as pesquisas eleitorais. Indiquei o Haddad. Perdemos. Mas faz parte.”
Sobre a Corina Yoris, Lula disse que achou “positivo” María Corina tê-la escolhido. Corina, contudo, não conseguiu se cadastrar na Justiça Eleitoral daquele país, por problemas técnicos aos quais ela atribuiu à ditadura chavista.
Fonte: revistaoeste