Desde 2017, a crise de moradia em Portugal fez com que a quantidade de moradores de rua aumentasse. Hoje, quase 11 mil pessoas vivem nessa situação no país. Desse número, 10% são estrangeiros — entre eles, brasileiros.
De acordo com a reportagem do site da emissora alemã DW, algumas dessas pessoas trabalham, mas não têm condições de pagar aluguel. Tal situação faz que com elas se vejam obrigadas a morarem em barracas, na rua.
Rita Borges, voluntária da organização não governamental Noor’Fatima, que distribui comida para a população nas ruas de Portugal, diz que tem percebido um aumento no número de pessoas nessa situação.
“Estou na Noor’Fatima há dois anos”, afirmou Rita à DW. “Noto que neste último ano há muito mais gente. .”
A reportagem da DW mostra que pessoas que foram a Portugal para tentar construir uma vida melhor acabaram empurradas para a vulnerabilidade das ruas.
De acordo com as pessoas ouvidas, há dois motivos para essa situação: falta de emprego ou trabalho com salário insuficiente para conseguir comprar o básico, como comida e uma casa.
Brasileiros saíram do aluguel para irem às ruas de Portugal
A brasileira Andreia Machado da Costa disse que teve uma ideia para fugir do aperto financeiro. Ela pagava para ter um lugar para dormir, no entanto, o aluguel passou a ficar mais caro. Andreia se viu sem escolha e teve de ir morar numa barraca, em um acampamento na Praia de Carcavelos, na Grande Lisboa.
“Aqui nesta tenda começou essa estratégia”, disse Andreia. “Eu tinha duas dessas. Em uma eu dormia, e a outra eu usava para guardar minhas roupas.”
Marciele, natural de (SP), foi para Portugal em busca de melhores condições de vida. Ela diz que tem conseguido economizar dinheiro pelo fato de morar no acampamento. No entanto, afirma que deseja voltar ao Brasil.
“Eu só queria juntar dinheiro para voltar, ir embora”, disse Marciele. “Tenho muita vontade de voltar para o Brasil”
Fonte: revistaoeste