Diversos hábitos desenvolvidos ao longo da vida, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo ou má alimentação podem interferir na quantidade de vitaminas e minerais absorvidos pelo organismo. Além disso, problemas de saúde e desgastes naturais do corpo na terceira idade também comprometem uma nutrição adequada nessa fase.
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“No estômago, por exemplo, há diminuição da secreção do ácido clorídrico, o que acarreta menor absorção de minerais como cálcio, ferro, zinco, e da vitamina B12”, explica a nutricionista Bruna Leffa Allebrand da Silveira, ao citar que o idoso também pode ter sua alimentação prejudicada devido ao uso de medicamentos e à redução do olfato, paladar e da saliva, que são comuns com o passar da idade.
O resultado disso é uma deficiência nutricional, que pode prejudicar, e muito, a saúde. Segundo a especialista, vitaminas e minerais em quantidade adequada são essenciais na defesa contra radicais livres, combatendo diversas doenças relacionadas ao envelhecimento, como alguns tipos de câncer e também a aterosclerose, que é uma inflamação na parede das artérias capaz de obstruir a passagem do fluxo sanguíneo.
Lembrando que “os nutrientes também são essenciais para melhorar a resposta do organismo aos variados tratamentos de saúde que o idoso realizar”, explica a nutricionista, ao afirmar ainda que eles contribuem para o aumento da imunidade e prevenção de diversas enfermidades.
Por isso, Bruna destaca que não há vitaminas e minerais mais ou menos importantes, pois “todos são necessários para a saúde humana e atuam em processos bioquímicos que mantêm o corpo em pleno funcionamento”. E ela dá alguns exemplos desses nutrientes poderosos e de onde encontrá-los:
Com tantos benefícios, a especialista é enfática ao dizer que, antes de pensar em tomar qualquer suplemento nutricional, “uma alimentação contemplando os mais diferentes grupos alimentares é essencial para que o indivíduo possa ingerir as vitaminas e minerais que atuarão na prevenção de doenças na terceira idade”.
A osteoporose, por exemplo — que reduz a resistência dos ossos, aumentando o risco de fraturas espontâneas —, pode ser prevenida com o consumo adequado de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, além da prática regular de atividades físicas e exposição solar. “Então, nos pacientes idosos é recomendado que os níveis de cálcio sejam de 1g a 1,2 g por dia, enquanto a vitamina D varia conforme os fatores de risco de fratura”, explica a geriatra Thaís Miranda, que é membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia .
Inclusive, com a chegada da menopausa, o cuidado deve ser redobrado em relação à osteoporose, pois uma das características dessa fase é a diminuição da produção do estrógeno, que pode reduzir a absorção de cálcio pelo organismo. Mesmo assim, “as recomendações de ingestão desse nutriente continuam iguais, já que uma dieta equilibrada é capaz de suprir essa necessidade”, destaca a nutricionista Bruna.
Por essa razão, ela indica que o idoso cuide muito da alimentação e busque acompanhamento nutricional para ter certeza de que sua dieta está balanceada. Além disso, é essencial agendar consultar periódicas com o médico geriatra para realizar exames laboratoriais de rotina e garantir que não há nenhuma deficiência nutricional.
Riscos do uso de suplementos sem indicação profissional
Seguindo essas orientações, a reposição de nutrientes só será necessária em caso de deficiência, quando “o profissional poderá prescrever o tratamento, seja medicamentoso, com suplementos ou com uma dieta específica, rica naqueles nutrientes que estiverem em falta no organismo”, explica Bruna.
E a geriatra Thaís confirma. Segundo ela, ainda que muitas pessoas acreditem que idosos precisam de suplementação devido à idade, não é recomendado oferecer nenhuma vitamina específica e nem polivitamínicos se isso não for uma orientação do médico que atende esse paciente.
Além disso, para que algum suplemento seja indicado, a geriatra informa que, na maioria dos casos, será realizada apenas uma investigação individualizada da quantidade de vitaminas D, B12, ácido fólico, cálcio e ferro no organismo do idoso.
“Aí, se estiver abaixo do nível adequado, a reposição delas pode gerar benefício ao indivíduo”, diz. “Já as demais vitaminas e minerais não precisam de investigação sem queixa aparente, porque não há evidência cientifica de que a suplementação dessas surtirá algum benefício”, completa.
Outro fator, segundo a especialista, é que a suplementação de vitaminas em excesso é excretada pelo organismo por ser desnecessária e pode até gerar prejuízos importantes ao corpo, como no caso da vitamina D. “O excesso dela gera elevação expressiva na absorção do cálcio, causando o enrijecimento das artérias e aumento de pedras nos rins”, explica a geriatra.
Assim como a vitamina D, casos de hipervitaminose, ou seja, intoxicação pelo excesso de consumo de suplementos, podem acontecer com todos os outros grupos de vitaminas e minerais. Portanto, a avaliação médica e nutricional é necessária, e a reposição deve ser criteriosa a fim de trazer mais qualidade de vida, em especial na terceira idade.
Fonte: semprefamilia.com.br