O papel da Empaer nesse processo foi auxiliar em assistência técnica com orientação, incentivo, capacitação e no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). Atualmente 52 cooperadores possuem o CAF e o restante em processo de regulamentação.
O técnico da Empaer, engenheiro agrônomo Thiago Tombini explica que na prática o trabalho com os cooperados consiste em fazer chegar até eles as políticas públicas, para que possam vender sua produção com maior valor agregado. “Em um futuro próximo, nosso objetivo é auxiliar na industrialização de toda produção e buscar novos mercados”.
Exemplo do cooperado Almiro Schumann que produz cheiro verde e mandioca. Ele destaca que a cooperativa é um sonho realizado e que ainda pretende vê-la prosperando e ajudando muitos agricultores do município. “Mesmo com quase 81 anos trabalho todos os dias na roça e sinto muito orgulho. Além da produção que comercializo junto a Cooperafs tenho na propriedade frutas e outras culturas, mas o que consigo manter a periodicidade são essas duas que exigem muita disposição e força de vontade”, destaca ele.
A frente da Cooperafs, o produtor Luis Carlos Cortes define a Empaer como uma empresa que abraçou a causa e sem ela não teria chegado onde está em tão pouco tempo. “É muito trabalho de segunda a segunda, mas sem orientação de onde e como fazer não teria avançado tanto nesse período de quase dois anos. Seguir tudo o que foi proposto desde a constituição até os dias de hoje é graças a assistência técnica que sempre deu suporte e orientação”.
Ele destaca que o fundamento do cooperativismo tem mudado a realidade dos agricultores familiares de Sinop. “Essa colaboração entre pessoas com interesses em comum e quando elas se juntam, conseguem vantagens que dificilmente conquistariam sozinhas tem feito a diferença na vida de todos”.
Segundo Luis, a maior dificuldade enfrentada pelos cooperados e outros agricultores é a ausência de uma secretaria municipal de agricultura, mas mesmo assim, estão encontrando formas e buscar representatividade na agricultura familiar através de parcerias com entidades, universidades, entre outros.
Junto com a esposa Alexandra Cortes, ele conta que percebeu que através de bons projetos, a cooperativa tem avançado. Ele lembra que um dos primeiros avanços foi passar de um veículo Fiat Uno que transportava os produtos para uma picape Strada que já está ficando pequena pela demanda. “Assim vamos caminhando. Através de uma verba parlamentar conseguimos melhorar o transporte, mas já está pequeno pela demanda que vem aumentando”.
Atualmente, a Cooperasf está produzindo 23 produtos entre hortaliças, castanha do brasil e frutas sendo elas: acerola, limão Taiti, melancia, melão e mamão, além da mandioca. A distribuição nas escolas é realizada pela picape strada e o custo do combustível é rateado entre os cooperados. Este ano foi autorizado a comercialização de cinco produtos orgânicos, ampliando a atuação para as escolas da região.
NOVOS DESAFIOS
De projetos encaminhados, 10 foram para a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e dois junto a Prefeitura de Cáceres. Estão sendo preiteadas junto à união Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) um recurso de R$ 3 milhões no Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e também no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O próximo desafio da Cooperafs é uma agroindústria para beneficiar os produtos produzidos pelo grupo. Luis cita um exemplo prático das merendeiras com dificuldade em cortar os alimentos. “Já entregaríamos a abobora que é dura de cascar já cascada. Hoje, com a tecnologia precisamos otimizar o serviço e ganhar mais tempo com outras demandas”, reforça.
Com assistência técnica da Empaer e na participação do projeto Gaia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a Cooperafs vem incentivando a produção em sistema agroflorestal. A proposta é auxiliar na produção de café e cacau consorciada com outras culturas. “O importante é buscar alternativas e estar sempre atualizado. Solicitamos a Seaf cinco mil de mudas de café e cacau estamos aguardando”, completa Luis.
