Sophia @princesinhamt
Agronegócio

Ratos invadem plantações de milho em MT, gerando preocupação

2024 word3
Grupo do Whatsapp Cuiabá

A presença de ratos nas lavouras de milho na região médio-norte de Mato Grosso está causando perdas superiores a 30% nos estandes das plantas.  Para escapar dos predadores, como as corujas e os gaviões, os roedores buscam abrigo em esconderijos nas áreas mais afastadas das margens da plantação. 

O prejuízo causado pelos roedores nas lavouras é o tema do Patrulheiro Agro desta semana.

Em Nova Mutum, o consultor agronômico Cledson Guimarães, explica que os roedores já tinham aparecido nas lavouras de soja, comendo as vagens, mas que o ataque amplificou nas lavouras de milho. 

2024 word3
Foto: Pedro Silvestre/ de Ajudar MT

“Tem ários buracos. O rato tem na biologia dele uma praga que dissemina muito rápido sua população. Aumenta muito, cresce demais. Então, de um ano para o outro, você pode ter cem animais e no outro 20 mil. É complicado”, afirma Cledson. 

O consultor estima perdas de mais de 30% em uma área de 2,8 mil hectares de milho cultivados.

“Ao meu ver o que contribui com isso é que choveu no começo de janeiro, deu uns 10 dias e agora teve uma semana em fevereiro que voltou a chover. As locas, as casinhas deles estão secas. Então, isso não abalou eles. Não tiveram que sair daqui para ir para outros lugares para fazer e eu acredito que é por isso que esse ano nós estamos vendo muito ataque em lavouras”, afirmou. 

O roedor tem hábitos noturnos. Ele faz uma perfuração no solo para chegar até a raiz da planta para se alimentar da semente do milho, prejudicando estandes de plantas, e deixa um rastro significativo de perdas por onde passa.

O engenheiro agrônomo, Naildo Lopes conta que algumas áreas estão com estandes reduzidos em até 50%. 

“Uma redução de estande já gera prejuízo ao produtor. Os danos causados, não vão propiciar uma produção suficiente para cobrir o custo de produção. A nossa preocupação é achar um caminho para superar esse problema”, diz.

Na propriedade do agricultor Renan Favretto foram cultivados cerca de quatro mil hectares de milho nesta temporada. 

“Perto das tocas maiores a gente consegue ver reboleiras de até seis metros quadrados sem nenhum pé. Na linha você vê duas plantas comidas. O rato vê a planta saindo, vê que o grão está ali, que o milho está ali e aí ele faz o buraco e cava para arrancar o grão. Nessa fase é pior, porque não tem raiz. Então acaba que a planta vem junto, tomba e morre. Aqui já são 350 hectares que sabemos que está bem feio”, comenta. 

2024 word32024 word3
Foto: Pedro Silvestre/ Dia De Ajudar Mt

Segundo o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Soja, de Londrina, Adeney de Freitas Bueno, isso tem ocorrido porque tem se perdido muitas espigas na colheita de milho e isso atrai os roedores. 

“A principal medida fitossanitária que a gente precisa tomar, para evitar que esse problema cresça, colhendo bem o milho, é evitando que essas espigas fiquem no solo. Assim não vai ter o atrativo para o rato, e com isso esse problema vai ser reduzido”, frisa o pesquisador.

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro


Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Dia de Ajudar Mato Grosso e receba notícias em tempo real.

Fonte: canalrural

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.