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Ciência & Saúde

Estudo revela: diagnóstico preciso pode demorar pelo menos quatro anos

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Comportamentos repetitivos relacionados à organização, limpeza e até aos relacionamentos são alguns indícios do Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC). No entanto, a demora para buscar ajuda faz com que o diagnóstico leve cerca de quatro anos para ser confirmado. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da USP com mais de mil pacientes com TOC atendidos em oito centros especializados no Brasil. As informações são da Agência Einstein.

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De acordo com o estudo — publicado na Revista Psychiatry Research — , indivíduos mais velhos e que estão empregados em tempo integral costumam postergar o início do tratamento. Além disso, o comportamento familiar também atrasa o diagnóstico de TOC, já que pais, irmãos ou o cônjuge costumam se “adaptar” às solicitações do paciente, tirando os sapatos antes de entrar em casa e executando outros rituais repetitivos exigidos pela pessoa.

Com isso, o tempo entre o surgimento dos primeiros sintomas e o início da terapia e medicação leva anos, afetando a qualidade de vida do indivíduo de forma significativa. Inclusive, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o distúrbio está entre as 10 condições mais incapacitantes atualmente e atinge cerca de 1% a 2% da população mundial.

Como é realizado o diagnóstico?

De maneira geral, o transtorno começa a se manifestar no início da adolescência, entre 10 e 14 anos, por meio de compulsões associadas à simetria, excesso de limpeza e medo de contaminação, o que afeta a rotina do paciente e atrapalha seu convívio social.

Segundo o médico Alfredo Maluf, coordenador de psiquiatria do Hospital Israelita Albert Einstein, é comum ver pacientes organizando seus objetos em determinada ordem, conferindo se a porta está trancada e higienizando as mãos inúmeras vezes em um curto período de tempo. “Elas chegam a fazer feriadas de tanto que lavam as mãos usando produtos de limpeza cada vez mais potentes”, afirma.

Além disso, o psiquiatra comenta que esses atos repetitivos também podem ser mentais, como trocar um pensamento “mau” por um “bom”, rezar ou contar silenciosamente. Ou seja, “são obsessões, imagens e sensações que dominam a mente da pessoa de forma intrusiva e muito angustiante”, diz o médico, ao acrescentar que o paciente acaba desenvolvendo outros problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade.

E o tratamento consegue apenas a remissão desses sintomas. Segundo Maluf, ainda não é possível falar em cura para os transtornos psiquiátricos, então pacientes com TOC realizam sessões de terapia comportamental e usam medicamentos para amenizar os problemas trazidos pelo distúrbio. “E, quanto mais tempo a pessoa demora para obter o diagnóstico, mais difícil é a remissão total porque ela já está com essa obsessão há muito tempo”, alerta o especialista.

Por isso, familiares e amigos devem incentivar o indivíduo a buscar ajuda especializada para avaliar possíveis compulsões. Afinal, manias aparentemente inofensivas podem acabar se tornando obrigações para a pessoa e sua família, gerando intenso sofrimento mais tarde.

Fonte: semprefamilia.com.br

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo