O advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa do coronel Marcelo Câmara, disse, nesta sexta-feira, 23, que vai acionar a Comissão de Prerrogativas da Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.
Conforme Kuntz, seu cliente teve o “direito de autodefesa suprimido pela autoridade policial, sob o reprovável argumento de que não havia tempo hábil para a realização da sua oitiva”. Isso porque o depoimento do militar, realizado pela Polícia Federal (PF), na quinta-feira 22, ocorreu sem a presença de Kuntz, o que teria levado Câmara a ficar em silêncio. “Lamentavelmente, foi coagido”, relatou a defesa, a .
Também responsável por Tércio Arnaud, Kuntz informou que não pôde estar com Câmara, em virtude do depoimento de Arnaud, que também ocorreu na tarde de ontem, “algo totalmente novo, reprovável e que não se pode admitir em um Estado Democrático de Direito”.
Dessa forma, Kuntz solicitou à PF uma nova data para a realização de outra oitiva, na qual poderá acompanhar o coronel. A PF, contudo, rebateu Kuntz. Em nota, a corporação afirmou que Câmara optou por comparecer ao depoimento sem advogado.
Segundo a PF, o depoimento estava marcado para acontecer às 14h30 de ontem. No horário, Câmara estava sem advogado. Diante disso, os responsáveis pelo caso solicitaram que o depoimento fosse adiado para as 16h30.
Mais uma vez, segundo a PF, ele apareceu sem o advogado no local. Assim, “foi facultado a Câmara prestar depoimento sem assistência advocatícia, o que ele optou por fazer e decidiu ficar em silêncio”, diz a nota da PF.
Câmara e outras 32 pessoas foram alvo da Tempus Veritatis, da PF, que ocorreu há duas semanas. A operação ocorreu em virtude de uma suposta trama do que seria um golpe de Estado, cujo cabeça seria Bolsonaro. O coronel, assim como outras pessoas, estariam envolvido. Câmara auxiliava Bolsonaro como contratado pelo Partido Liberal.
Fonte: revistaoeste