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Delegados de MS rejeitam desfile da Vai-Vai por retratar policiais de forma negativa

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A Adepol-MS (Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul) emitiu uma nota de repúdio ao desfile da Vai-Vai, que no sábado (10) – segunda noite do carnaval paulistano – trouxe uma ala com policiais representados com chifres e asas vermelhas. A “demonização” da categoria causou revolta por todo o país.

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Ala Da Vai-Vai Representa O Choque, Da Pm (Foto: Carlos Henrique Dias/G1)

O enredo da escola de samba trouxe como tema o hip hop de São Paulo e durante o desfile. A Vai-Vai contou até com a presença de Mano Brown e KL Jay, dos Racionais MC’s. A ala criticada foi chamada de “Sobrevivendo no Inferno”, uma homenagem ao disco do grupo com mesmo nome, lançado na década de 1990.

Na passarela do samba os “policiais” desfilaram com escudo escrito “Choque”, chifres e asas vermelhas. Em nota, a Adepol denominou a representação com um ataque “ macabro e injustificado” os policiais.

“Na ocasião a POLÍCIA foi retratada como “diabo”, com a utilização inclusive de fardamentos e escudos da instituição, em um macabro e injustificado ataque a honra e o pudonor de todos os TRABALHADORES policiais, homens e mulheres, pais e mães de família que todos os dias saem de seus lares com o compromisso de doar a sua vida para servir e proteger a mesma sociedade que os endemonia e aplaude essa barbárie sem precedentes na história do Brasil”

Nota Adepol

Ainda em nota, a instituição sul-mato-grossense pediu “consequências jurídicas, morais e administrativas urgentes” contra a escola de samba por “tripudiar de forma tão violenta, vil e baixa” dos profissionais.

“A POLÍCIA é a última barreira a proteger a sociedade da criminalidade, da violência e da atrocidade, fragilizar a POLÍCIA é fragilizar a proteção social e só interessa aos criminosos que pretendem cometer crimes”

Nota Adepol

A Polícia de São Paulo e também políticos criticaram ala da escola de samba.

Ao G1 São Paulo a Vai-Vai afirmou que não teve a intenção de promover qualquer ataque ou provocação e reforçou que fez um desfile com “recortes históricos” e que a ala em questão faz uma homenagem ao álbum “Sobrevivendo no Inferno”, lançado na década de 1990 pelos Racionais MC’s.

Confira parte da nota:

Segundo a Revista Rolling Stone Brasil, que ranqueou o álbum na 14ª posição da lista dos 100 melhores discos da música brasileira, “Sobrevivendo no Inferno colocou o rap no topo das paradas, vendendo mais de meio milhão de cópias. Racismo, miséria e desigualdade social — temas cutucados nos discos anteriores — são aqui expostos como uma grande ferida aberta, vide ‘Diário de um Detento’, inspirada na grande chacina do Carandiru”.
Ou seja, a ala retratada no desfile de sábado, da escola de samba Vai-Vai, à luz da liberdade e ludicidade que o carnaval permite,fez uma justa homenagem ao álbum e ao próprio Racionais Mcs, sem a intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação, mas sim uma ala, como as outras 19 apresentadas pela escola, que homenageiam um movimento. Vale ressaltar que, neste recorte histórico da década de 90, a segurança pública no estado de São Paulo era uma questão importante e latente, com índices altíssimos de mortalidade da população preta e periférica. Além disso, é de conhecimento público que os precursores do movimento hip hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundos, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado pra época. O que a escola fez, na avenida, foi inserir o álbum e os acontecimentos históricos no contexto que eles ocorreram, no enredo do desfile.”

Fonte: primeirapagina

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