O “para sempre” é o que almejamos quando nos casamos. E isso não é impossível, claro, mas requer do casal a disposição de driblar as adversidades para continuarem juntos e felizes. Exige muito amor, paciência, atenção, persistência, compreensão e amizade, como sabemos.
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Mas sabemos também que são diversos os motivos que podem contribuir para que um casal se afaste. Basicamente, os mais comuns estão relacionados a uma rotina corrida: o excesso de trabalho, as demandas com os filhos e com a casa e as questões financeiras, costumam criar situações em que há falta de entendimento e de diálogo.
Neste contexto podem acabar surgindo alguns sintomas emocionais como desmotivação, perda de libido e cansaço, gerando aumento nos índices de estresse, brigas e discussões entre o casal. E isso vai tornando o ambiente de convívio insuportável.
Para Caroline Henrichsen, psicóloga credenciada da Paraná Clínicas, muitos casais acabam não se dando conta ou até mesmo resistindo em admitir que a relação já não é mais como antes, e que talvez seja hora de reavaliar a vida a dois. “Aceitar que a relação se encontra em um formato diferente já é um caminho. Ou também que existe uma crise e que ela precisa ser olhada com mais cuidado é um bom começo. Identificar como o casal foi caminhando para chegar nessa situação, é uma estratégia interessante para buscar uma melhor compreensão, além de encontrar ajuda em um especialista”, explica.
O psicólogo do Hospital Marcelino Champagnat, Eduardo Wengrat Boech, sinaliza que é válido, inicialmente, ter a confirmação de que esse afastamento realmente está acontecendo. Afinal, pode ser apenas uma “percepção” e sabemos que uma percepção não necessariamente condiz com a realidade.
Quando ela não é condizente, pode ser indicativo de que aquele indivíduo esteja passando por outras dificuldades, não necessariamente conjugais. “É válido nesse momento fazer a seguinte reflexão: ‘será apenas o meu relacionamento que não anda bem?’ ‘Como estão as outras esferas da minha vida e do cônjuge, como o trabalho, família e amizades?’ Quando uma dessas outras esferas está prejudicada, pode interferir diretamente na vida a dois. Porém, quando o relacionamento conjugal for a única esfera prejudicada, cabe então a comunicação com seu marido ou sua mulher”, diz ele.
Diálogo antes, durante e depois
Boech lembra a importância da comunicação neste momento e de fazê-la de maneira eficaz. “A melhor forma de comunicar-se é saber exatamente o que se pretende dizer, de forma harmoniosa, não violenta e visando a resolutividade. Deve-se não apenas apontar aquilo que está errado, mas permitir que o outro tenha a possibilidade de expor seu ponto de vista”.
Entrar em contato com os seus sentimentos, refletir como você pensa, saber o que você quer. E o mais importante: conversar, são mais alguns lembretes que Caroline nos dá para enfrentar esse período. “Muitos casais associam conversas a brigas e isso não é saudável. Uma crise (ou até várias delas), não necessariamente precisa significar o fim do relacionamento. A escuta é um elemento vital do diálogo”, explica ela. “E independente de qual será o desfecho da relação, o tempo de reflexão é válido para que cada um possa perceber suas reais necessidades, ambições e comportamentos. Toda crise gera uma mudança”, diz.
Eduardo salienta que essa comunicação deve ser aprimorada com o passar do tempo, com o objetivo de tornar-se cada vez mais fortalecida. Cônjuges devem poder falar abertamente sobre seus sentimentos e emoções uns aos outros, com o máximo de transparência e sinceridade.
“E não digo apenas de coisas boas, mas também com relação aos problemas e dificuldades que vão surgindo com a convivência e a vida a dois. Se a comunicação falha, e a dinâmica do casal começa a operar no campo do não dito, podem surgir as desconfianças e os conflitos que resultam no afastamento. Em alguns casos, quando houver o interesse de ambas as partes, é válido aventurar-se em uma experiência de terapia de casais. Atualmente existem muitos profissionais da psicologia capacitados a realizar esse atendimento” finaliza.
Fonte: semprefamilia.com.br