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Demandada inesperada provoca falta do medicamento contra covid em MS: Saiba mais!

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Os pacientes que fazem tratamento com o medicamento Baricitinibe foram pegos de surpresa ao se depararem com a falta da medicação, na Casa da Saúde, em Campo Grande. O aumento “inesperado” na procura pelos comprimidos, no último ano, zerou o estoque do medicamento na capital, segundo o próprio Ministério da Saúde.

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Caixas Do Medicamento Baricitinibe Que Está Em Falta Em Campo Grande. (Foto: Divulgação/Ses)

A Casa da Saúde fornece o medicamento para pacientes em tratamento contra a artrite reumatoide. Mas o Baricitinibe também foi o primeiro medicamento para o tratamento da covid-19 incorporado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O uso da medicação, nestes casos, é feito exclusivamente nas unidades hospitalares.

A aposentada Brasiluza Gomes de Pinho Neves, de 65 anos, foi uma das pacientes que viu o tratamento contra reumatismo ameaçado pela falta do Baricitinibe, em Campo Grande. Fora do SUS (Sistema Único de Saúde), o medicamento pode custar até R$ 7 mil, valor que a aposentada não tem como arcar.

Brasiluza conta que começou a tomar o medicamento há cerca de dois anos.

“Antes, eu tratava o reumatismo com outro medicamento que era injetável e que me obrigava a passar o dia inteiro no hospital. Mas durante a pandemia, o meu médico trocou o medicamento por esse, que é via oral. Três meses depois, ele entrou para a lista de medicações fornecidas gratuitamente pela Casa da Saúde”.

Brasiluza Gomes de Pinho Neves.

A mudança no tratamento foi um divisor de águas para a qualidade de vida da campo-grandense. Brasiluza conta que, por conta do reumatismo, também desenvolveu alopecia, que é a queda permanente do cabelo. Quando ela começou a tomar o Baricitinibe, veio a surpresa.

“Além do reumatismo, o medicamento também ajudou a controlar a alopecia. Os efeitos positivos que ele me causou em relação a esses meus dois problemas de saúde, chegaram a ser objeto de um estudo do meu médico que ele apresentou em um congresso”.

Brasiluza Gomes de Pinho Neves.

Na internet, a caixa com 30 comprimidos do mesmo composto varia de R$ 4,1 mil até R$ 7,9 mil. A situação aflige a aposentada, que teme ver toda a melhora do quadro de saúde dela indo por água abaixo.

“A falta desse medicamento me abalou profundamente, porque eu criei toda uma expectativa em um tratamento que estava dando resultado. De repente, fiquei sem ele”.

Brasiluza Gomes de Pinho Neves.

Brasiluza se apega à esperança de que o fornecimento do medicamento seja restabelecido em breve. Caso contrário, ela terá de ser submetida a um tratamento alternativo.

“Meu médico me orientou a esperar pelo menos 30 dias. Se o fornecimento não foi restabelecido, ele vai ter que estudar uma nova medicação”.

Brasiluza Gomes de Pinho Neves.

Aumento inesperado

Procurado pela reportagem o Ministério da Saúde informou que já há “um processo aquisitivo em andamento, em vias de finalização que garantirá a continuidade do abastecimento” do medicamento, em Campo Grande.

Entretanto, ainda não há uma previsão de quando a nova remessa do medicamento será enviada.

Conforme o Ministério dentre as situações excepcionais que culminaram na suspensão do medicamento está o aumento “inesperado” de 495% na demanda para o medicamento baricitinibe, em 2023, no estado.

Confira a nota do Ministério da Saúde na íntegra.

“O Ministério da Saúde informa que o fornecimento de medicamentos envolve questões que vão além da realização de licitação e logística de distribuição. Assim, situações excepcionais, podem culminar em rompimento da normalidade. Destaca-se que houve um crescimento inesperado da demanda no estado do Mato Grosso do Sul, no último ano, de 495% para o medicamento baricitinibe 4mg. Diante disso, há um processo aquisitivo em andamento, em vias de finalização que garantirá a continuidade do abastecimento. Reforça-se que o Ministério da Saúde tem envidado esforços em manter seu compromisso de abastecer e entregar os quantitativos aprovados às Secretarias Estaduais de Saúde e Distrito Federal em sua integralidade”.

Fonte: primeirapagina

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