Buva, capim amargoso, tiririca, erva Santa Luzia, trapoeraba e caruru. Essas são algumas das ervas daninhas que estão ganhando resistência a múltiplos tipos de princípio ativo, colocando em risco a produtividade das principais culturas de grãos de Mato Grosso.
O capim pé-de-galinha com alto índice de infestação no campo é considerado o mais agressivo na matocompetição com os grãos, tirando o sono e a receita de muitas propriedades.
As ervas daninhas e o uso de princípios ativos para controlar os danos causados por elas é o tema do Patrulheiro Agro desta semana.
Produtor em Jaciara, Jeferson Schinoca conta que na sua propriedade um talhão de 30 hectares não vingou, pois a erva daninha tomou conta.
“Não tinha o que fazer. Competiu e não tinha o que fazer. O mato todo estressado, competiu e tampou. Tive que nivelar a área, gradear para jogar ela virada para cima e estamos percebendo também onde está mais compactado no solo. Não é só no rastro da máquina que está vindo com força”, comenta Schinoca.
Nesta safra o agricultor cultivou 3,1 mil hectares de soja e para tentar eliminar o capim pé-de-galinha, precisou fazer quatro aplicações de herbicidas.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja Brasil), Antônio Galvan, explica que se novos produtos não vierem para a indústria, infelizmente, vão começar a perder produtividade.
“Faz concorrência direta no desenvolvimento da planta. Já temos diversas plantas daninhas, que tanto de folhas estreitas quanto de folhas largas, apresentam resistência praticamente a todos os produtos já disponíveis no mercado. Mesmo os específicos, e, principalmente, o glifosato, hoje encontramos uma resistência muito grande nas ervas”, conclui.
De acordo com estimativas do projeto Simon, que reúne pesquisadores, acadêmicos e especialistas do país inteiro, aproximadamente 60% da área total cultivada com soja no Brasil apresentam plantas daninhas resistentes a pelo menos um princípio ativo existente no mercado. A expectativa é de que até 2030, esse número suba para 65%da área destinada ao cultivo do grão.
O controle das doenças fúngicas no campo também preocupa especialistas. A recomendação é o uso adequado de moléculas nas aplicações, para evitar risco de perdas na plantação.
Eles fazem um alerta sobre o número excessivo de fungicidas na plantação de soja que pode causar fitotoxicidade, colocando em risco a produtividade da oleaginosa.
Erlei Melo Reis, pesquisador e fitopatologista, pontua que a fitotoxidade de alguns produtos se agravam com a mistura de óleos.
“A falta de água, a alta temperatura que vivemos aqui e com esse tipo de molécula, é bastante comum, bastante evidente. A tecnologia gerada , determinada no meio de uma aplicação de fungicida não está sendo observada”, diz o especialista.
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Fonte: canalrural