Travessia está prestes a chegar à programação da TV Globo. Prevista para ir ao ar a partir de 10 de outubro, a novela de Gloria Perez vai discutir como os recursos digitais podem transformar a vida das pessoas.
A premissa leva o público para o Maranhão, onde vivem Brisa (Lucy Alves) e Ari (Chay Suede). A história começa com uma deep fake (inteligência artificial usada para fazer montagens substituindo rostos e vozes em vídeos realistas) produzida aleatoriamente e divulgada nas redes sociais por um grupo de jovens, em Portugal.
Travessia: Chay Suede revela as maiores diferenças entre Domênico e Ari
Do outro lado do mundo, no Brasil, essa ação impacta e transforma radicalmente a vida da protagonista. Uma montagem de brincadeira, mas extremamente prejudicial, que fará a protagonista percorrer uma complexa jornada para recuperar sua identidade e ter sua vida de volta.
O enredo é inspirado em um caso verídico de 2014. Fabiane Maria de Jesus foi morta por moradores do Guarujá após um retrato falado viralizar. A imagem indicava o envolvimento da dona de casa com sequestros.
Durante uma coletiva de imprensa realizada em setembro, da qual o AdoroCinema esteve presente, a autora havia adiantado a inspiração no triste ocorrido. Na época, ela confirmou que a trama deve se comprometer em mostrar crimes provenientes do meio digital.
Ao G1, recentemente, ela reiterou o assunto: “Veja o alcance e as consequências que uma ‘brincadeira’ dessa pode causar. No caso da Fabiane, não tinha nenhuma sequestradora sendo procurada. Alguém mudou de graça um retrato, e ao chegar em uma praça, alguém reconheceu a mulher porque tinha visto aquela foto no Facebook”, disse.
Neste encontro com o elenco realizado no mês anterior, Gloria ainda explicou o papel da tecnologia na narrativa. “Como em todos os meus trabalhos, eu gosto muito de olhar a sociedade, como nos comportamos hoje, através dos avanços da tecnologia. Porque cada tecnologia nova reproduz dramas novos, possibilidades novas para a humanidade. Então é disso que se trata a trama”, explicou a escritora.
Ela continua: “Nós tivemos um grande avanço tecnológico que permite que todas as pessoas interajam entre si, o mundo fica pequeno porque podemos nos comunicar e fazer nossa voz chegar em qualquer lugar. Mas como usar isso? Acho que é sobre isso que as pessoas vão refletir bastante. Por exemplo: nós vamos falar, e por isso temos a delegada Helô (Giovanna Antonelli), de todas as novas modalidades de crimes, de coisas que se pode fazer através dessa coisa tão incrível, tão boa, tão mágica, que é a internet. Acho que é sobre isso que as pessoas vão refletir.”
