Economia

Brasil perde 0,6 ponto no PIB devido Ă  criminalidade, alerta FMI

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Um estudo conduzido pelo sobre a relação entre violĂȘncia e desenvolvimento econĂŽmico mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil poderia crescer 0,6 ponto porcentual a mais se o nĂ­vel de criminalidade recuasse para o da mĂ©dia mundial, muito inferior Ă  brasileira.

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“Considerando as nossas estimativas iniciais, elas sugerem que reduzir completamente a lacuna nas taxas de criminalidade entre o Brasil e a mĂ©dia mundial aumentaria o crescimento do PIB real em 0,6 ponto porcentual, pelo menos por algum tempo”, disseram ao EstadĂŁo os responsĂĄveis pela divulgação do estudo, Rodrigo ValdĂ©s e Rafael Machado Parente, diretor do Departamento do HemisfĂ©rio Ocidental do FMI e economista do Fundo, respectivamente.

O impacto da criminalidade na economia brasileira Ă© ainda maior do que a mĂ©dia dos paĂ­ses da AmĂ©rica Latina. Na regiĂŁo, sem a violĂȘncia em nĂ­vel mundial, o PIB cresceria, 0,5 ponto porcentual a mais.

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No Brasil, a taxa de homicĂ­dios Ă© de 21 assassinatos a cada 100 mil habitantes, segundo a Organização das NaçÔes Unidas; no Equador, por exemplo, de 25 por 100 mil. SĂŁo nĂșmeros muito acima da mĂ©dia mundial, de 5,8 homicĂ­dios por 100 mil habitantes.

“Os custos da violĂȘncia no PIB se dĂŁo por vidas perdidas, afetando mais os jovens, que ainda tĂȘm toda uma vida ativa. O homicĂ­dio traz esse custo direto”, disse ao EstadĂŁo Marcelo Neri, diretor da FGV Social. “HĂĄ tambĂ©m um custo de hospitalização e de dias perdidos de trabalho.”

Criminalidade afasta investidores, dizem autores do estudo do FMI

Logo do Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI)Logo do Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI)
Segundo Fmi, Criminalidade Afasta Os Investidores | Foto: Divulgação/Fmi

Além disso, os custos de seguros de empresas, de fretes e com segurança também são crescentes. E um problema grave para a economia é que o excesso de crimes afasta os investidores.

“Nossas descobertas destacam que o crime prejudica a acumulação de capital, possivelmente afastando investidores, que temem roubo e violĂȘncia, e diminui a produtividade da economia, desviando recursos para investimentos menos produtivos, como aqueles que aumentam a segurança de propriedades privadas”, disseram ValdĂ©s e Parente.

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Um exemplo recente Ă© de um empresĂĄrio cuja loja na Rua Santa IfigĂȘnia, centro de comĂ©rcio eletrĂŽnico em SĂŁo Paulo, foi invadida. Com um prejuĂ­zo de R$ 300 mil, o proprietĂĄrio decidiu fechar o estabelecimento.

Em razĂŁo da criminalidade, o nĂșmero de estabelecimentos comerciais caiu de 15 mil para cerca de 2,5 mil em dez anos, de acordo com o presidente da UniĂŁo Santa IfigĂȘnia, Fabio Zorzo. “A violĂȘncia, Ăłbvio, vem atrapalhando todo o movimento da regiĂŁo central. Estamos perdendo empregos e empresas”, afirmou Zorzo ao EstadĂŁo.

Fonte: revistaoeste

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